Tuesday, September 25, 2007

Desigualdades Sociais e Mortalidade CV precoce em Porto Alegre

ANOTAÇÕES PARA A APRESENTAÇÃO DE SLIDES
Autores: Sérgio Luiz Bassanesi, Maria Inês Reinert Azambuja e Aloyzio Achutti
#1-As desigualdades sociais e a mortalidade por DCV em Porto Alegre:
um estudo ecológico
Saúde e Doença não são completamente explicados por fatores colhidos apenas a nível individual, determinantes sociais, reveladas através de suas desigualdades, têm a ver também com Doenças Cardiovasculares e outras Doenças Não-Transmissíveis.
#2-“Muy Leal e Vallerosa”
Tenho a grata satisfação de lhes apresentar, também em nome de meus colegas que não puderam comparecer a este Congresso(Sérgio Luiz Bassanesi e Maria Inês Reinert Azambuja), os resultados obtidos a partir de um estudo cuidadosamente elaborado do ponto de vista metodológico, e que pode contribuir para uma política de saúde mais justa, acrescentando novos indicadores enquanto os tradicionais vão perdendo seu impacto.
#3-Introdução
O conceito de Transição Epidemiológica, é bem conhecido também pelos cardiologistas.
Em nosso meio é preciso considerar também a transição demográfica e a urbanização, resultando em esperado envelhecimento da população, melhora das determinantes da mortalidade infantil mesmo sem o desejado homogêno desenvolvimento humano, com a manutenção da desigualdade social e conseqüente esperada mudança no perfil de morbidade da população.
As DCV inicialmente relacionadas com classes sociais privilegiadas, quando a mortalidade infantil e por doenças infecciosas atingem níveis mais baixos, passam a ser um forte indicador de desigualdade e vulnerabilidade social.
Estas duas curvas – uma do Brasil e outra do Canadá - representam apenas uma das dimensões das condições sociais: a distribuição de renda, e claramente revelam a existência de duas nítidas sub-populações em nosso meio.
#4-1993 WB: Investing in Health
Há 20 anos já havíamos demonstrado em Porto Alegre as diferenças relacionadas com escolaridade nas prevalências dos fatores de risco. Em 1993 estes achados serviram para ilustrar o Relatório Mundial de Desenvolvimento.
Agora procuramos avaliar e medir as conseqüências cardiovasculares destes fatores de risco e de outros determinados pela condição social.
#5-Objetivos Específicos:
Objetivos buscados a partir da distribuição espacial (bairros) da população de Porto Alegre:
Indicadores sócio-econômicos
Mortalidade precoce por DCV
Relações entre ambos
Medida das desigualdades
#6-Estudo ecológico : Agregação por bairros - Porto Alegre Fontes: Censo IBGE 2000; SIM e SINASC 2000/2004; Base digital PMPA Variáveis independentes:
Sete variáveis sociais foram avaliadas e discriminadas em quatro categorias, bem como sua distribuição pelos bairros da cidade. Conforme graus decrescentes de desenvolvimento humano as tonalidades variam nesta representação de mais claras para mais escuras, permitindo antever, já pela simples inspeção, um padrão que parece se repetir, representado na imagem final de forma composta.
#7-Estudo ecológico
Estratos finais

As sete variáveis sociais apresentaram médias muito consistentes nos quatro estratos.
#8-Variáveis Dependentes: Mortalidade Precoce por DCV.
A mortalidade dos 45 aos 64 anos (portanto precoce), padronizada por idade para Doença Isquêmica, Para Doença Cerebro-vascular e para o conjunto de DCV foi examinada da mesma forma, mostrando seguir um padrão semelhante, já visível à simples inspeção.
#9-Taxas de mortalidade* por doenças cardiovasculares, doenças isquêmicas do coração e doenças cerebrovasculares por estratos socioeconômicos.
As variáveis dependentes também mostraram consistência nos 4 estratos
#10-Matriz de Diagramas de Dispersão e correlações
Foram utilizadas várias técnicas de análise estatística visando refinar e aumentar confiabilidade dos resultados do estudo.
#11-Coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares dos 45 aos 64 anos de idade, Porto Alegre, 2000-2004
Este gráfico demonstra numericamente o que já se vislumbrava pela imagem geográfica.
As DCV como um todo, mostram uma distribuição completamente consistente com as categorias de desenvolvimento social.
#12-Índice Relativo de Desigualdade (IRD) para o Coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares, dos 45 - 64 anos, Porto Alegre, 2000-2004
Para medir a Desigualdade nos coeficientes de mortalidade precoce (45-64 anos) por DCV, foi utilizado um índice relativo para cada bairro frente a variável socioeconômica, também levando em conta o tamanho de cada população, alcançando a cifra de 3.3.
#13-Mensuração das desigualdades na mortalidade precoce por doenças cardiovasculares, Porto Alegre, 2000-2004
Quando se analisam separadamente Doenças Cerebrovasculares e Doença Isquêmica do coração o mesmo comportamento persiste. Podendo alcançar níveis desigualdade de até quase cinco vezes menor nos bairros com melhores condições sociais.
#14-Resumo das Conclusões
RESUMINDO:
• Há grandes desigualdades socioeconômicas entre os bairros.
• Os bairros são espacialmente agregados segundo o nível de desenvolvimento socioeconômico
• A mortalidade precoce por doenças cardiovasculares predomina nos bairros com baixos níveis de desenvolvimento socioeconômico.

Esta noção de maior risco nos mais pobres contraria o senso comum de que doença do coração é coisa de rico.
Como mostramos, entre as populações de bairros mais pobres o risco de morrer precocemente por doenças cardio- e cerebrovasculares é três vezes maior do que nos bairros mais ricos. Como há grandes bolsões de pobreza nos grandes centros urbanos, e são os mais pobres urbanos que deverão contribuir com a maior parcela de envelhecimento populacional (é entre os mais pobres urbanos que se deu a maior redução da natalidade) pode-se esperar que a maior parte destas doenças ocorra progressivamente, nos mais pobres dos grandes centros urbanos.
#15-Desdobramentos possíveis
Os resultados deste estudo devem fazer pensar na existência de padrões semelhantes pelo país afora, exigindo divulgação e mobilização. Devem inspirar a organização da vigilância epidemiológica, valorizando doenças crônicas e, em especial as Cardiovasculares, justificam a reorientação dos investimentos em saúde para a programação de ações voltadas para atender esta clientela com serviços preventivos e paliativos nos próximos anos.
E também o desenvolvimento de uma linha de pesquisa voltada para a dimensão populacional e socioeconômica das Doenças Cardiovasculares, Neste sentido convido-os a assistirem nosso outro Tema Livre Oral sobre Custos associados às DCV mais severas em nosso país.
#16-OBRIGADO!
#17-CONCLUSÕES:
O estudo demonstra consistência no gradiente e tendência espacial e correlação dos indicadores sociais entre sí, bem como com os de mortalidade precoce por DCV.
Objetivo 1- Indicadores socioeconômicos
→ São fortemente correlacionados.
→ Os bairros com características semelhantes estão espacialmente agrupados.

Objetivo 2 - Mortalidade precoce por doenças cardiovasculares
→ São fortemente correlacionados.
→ Há uma tendência espacial comum às diversas causas de mortalidade precoce
por doenças cardiovasculares.

Objetivo 3 - Relações entre os fatores socioeconômicos e a mortalidade precoce por doenças cardiovasculares
→ Há forte correlação
→ A mortalidade é menor nos bairros com melhor nível socioeconômico e entre os extremos, há um gradiente linear e consistente.

Objetivo 4 - Mensuração das desigualdades
→ A mortalidade cardiovascular precoce é cerca de três vezes maior nos bairros
com baixos níveis de desenvolvimento humano do que nos com altos níveis.
#18-MÉTODOS - 1
• Estudo ecológico : Agregação por bairros oficiais ( 82 à 73)
• População : Porto Alegre - 1.358.384 habitantes Variáveis:
Variáveis independentes (Socioeconômicas)
Educação
Média de anos de estudo das pessoas responsáveis pelos domicílios
Renda
Proporção de domicílios cuja pessoa responsável tem renda mensal superior a 10 salários mínimos
Densidade
Proporção de domicílios com 6 ou mais moradores
Externas
Coeficiente de mortalidade por causas externas, ajustado por idade e sexo
Envelhecimento
Taxa de envelhecimento
Fecundidade
Taxa de fecundidade geral
Mortalidade infantil
Coeficiente de Mortalidade Infantil
Variáveis dependentes (Coeficientes de mortalidade p/100.000hab de 45-64 anos de idade)
Doenças Cardiovasculares
Coeficiente de mortalidade por Doenças Cardiovasculares na faixa dos 45 aos 64 anos de idade, ajustado por idade e sexo
Doenças Isquêmicas do Coração
Coeficiente de mortalidade por Doenças Isquêmicas do Coração dos 45 aos 64 anos de idade, ajustado por idade e sexo
Doenças Cerebrovasculares
Coeficiente de mortalidade por Doença Cerebrovascular na faixa dos 45 aos 64 anos de idade, ajustada por idade e sexo
#19-MÉTODOS-2
• Fontes:Censo IBGE 2000; SIM e SINASC 2000 – 2004; Base digital da PMPA
• Análises:
• Suavização Bayesiana Global
• Variáveis independentes
Descrição – Mapeamento
Processo de estratificação
Cluster - K-means
Componentes principais
Autocorrelação Global e Local de Moran
Descrição dos estratos
• Variáveis dependentes
Descrição
Autocorrelação Global do Moran
• Análise
Variáveis dependentes vs Estratos
Análise de Variância e teste Kruskal Wallis
Comparação múltipla de médias: LSD
Variáveis dependentes vs Independentes
Correlação de Pearson
Regressão linear
Regressão espacial (SAR e CAR)
• Mensuração de desigualdades
• Instrumentos: Excel, SPSS, Statistica, TabWin, SigEpi, Geoda, Brechas
• Aspectos éticos
#20-Regressão Linear Múltipla
#21-Avanço das Favelas na Capital
#22-Objetivo Geral

Verificar a relação entre fatores socioeconômicos e a distribuição da mortalidade precoce por doenças cardiovasculares nos bairros de Porto Alegre

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