Monday, July 20, 2009

Cigarro prejudica o funcionamento e os músculos do coração

Carlos Fioravanti
© Miguel Boyayan
Os efeitos da fumaça de cigarro não se limitam aos mais conhecidos, como a intensificação do risco de infarto e de câncer de pulmão, laringe e boca. Pesquisas recentes em animais de laboratório, realizadas na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, mostraram que essa fumaça pode ser ainda mais deletéria, sobrecarregando e enrijecendo o músculo cardíaco, o miocárdio, a ponto de deformar o coração e alterar seu funcionamento. Outro estudo, na Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, indicou que a fumaça, agindo sobre as células do nariz, impede a formação dos cílios que filtram as impurezas do ar que entram pelas narinas.

Os experimentos em animais ajudam a avaliar com precisão os riscos à saúde para os 20 milhões de fumantes no Brasil, o equivalente a 16% da população acima de 18 anos, que talvez não possam mais fumar em espaços públicos no estado de São Paulo a partir de agosto, de acordo com uma lei ainda em debate. “Vários estudos têm mostrado que pessoas expostas à fumaça de cigarro apresentam um maior risco de desenvolver sinusite crônica e, ainda, que a exposição à fumaça de cigarro piora a evolução de pacientes operados de sinusite crônica”, comenta Edwin Tamashiro, que detalhou as alterações da fumaça sobre o desenvolvimento dos cílios em um artigo publicado em abril na revista American Journal of Rhinology and Allergy. Outros estudos servem de alerta, como o realizado na Unifesp mostrando que a prática de exercício físico pode intensificar os danos provocados pela exposição à fumaça de cigarro, em vez de os impedir, como era esperado. /.../

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