Friday, April 09, 2010

Saúde Urbana, Meio Ambiente e Desigualdade

Palavras de abertura (A. Achutti coordenador) do Seminário promovido pelo Grupo de Trabalho sobre Saúde Urbana, Meio Ambiente e Desigualdade  do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina, com apoio da Pro-Reitoria de Extensão.

Tema de 2010 (OMS/OPS): SAÚDE URBANA
O tema proposto pela OMS para este ano é um desafio para antigas inquietações (não só nossas) que originaram o convite para construir um Centro Colaborador deste organismo internacional.
Constituímos um Grupo de Trabalho trans-disciplinar, com vistas a um possível Núcleo  Universitário que possa congregar a ciência que nos falta e que reconhecidamente existe e repousa na Academia.
A linha de trabalho expressa em nosso título pode parecer ambiciosa, mas se justifica, e parece que não pode ou não deva ser fracionada, porque o objetivo é justamente congregar elementos essenciais para conseguir atingir a redução da desigualdade cujas conseqüências desastrosas (particularmente na saúde) se tornam mais ostensivas no modelo urbano.
A inclusão do Meio Ambiente poderia tornar a proposta ainda mais ambiciosa, mas não pode faltar não só pelas suas imediatas implicações com Saúde, com a Cidade e com a Desigualdade, mas também porque não poderia faltar sua dimensão psico-social, essencial na determinação da equidade/desigualdade, e da saúde/doença.
Por fim a estratégia de abordar o conjunto urbano traz uma grande oportunidade para não se cair na tentação de contemplar a cidade apenas como um conjunto de indivíduos que necessita ser tratado pela sua diversidade com recursos estatísticos que a epidemiologia soube muito desenvolver. Mesmo com estes recursos, ou quem sabe - até facilitado pelos mesmos - traduzindo as pessoas em números e categorias, para permitir o uso de sofisticadas fórmulas matemáticas.
Este conjunto de elementos (indivíduos) perde parte essencial da explicação do fenômeno saúde/doença que está mais na relação entre estes elementos e entre eles e o meio ambiente, e as transformações que provocam, do que em cada elemento individualmente.
Saúde Urbana, portanto, vai mais além do que a saúde individual das pessoas que constituem a cidade, pois envolve políticas públicas e participação de todos os interessados.
Para este primeiro momento, escolhemos especialistas que têm trabalhado em algumas linhas desde logo importantes:
·         A demonstração da tese em nossa cidade com através da Segregação Espacial pelo Professor Sérgio Luis Bassanesi do Departamento de Medicina Social da FAMED.
·         A Sustentabilidade Urbana e Saúde pelo Professor Miguel Aloysio Satter do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Escola de Engenharia.
·         O Mundo do Trabalho e suas transformações, como um dos aspectos críticos no relacionamento e na construção do projeto humano, pelo Professor Paulo Barros de Oliveira do Departamento de Medicina Social da FAMED.
·         E por fim o processo político de Gestão e Participação pelo Professor Darci Campani do Departamento de Engenharia Mecânica, Curso de Saúde Coletiva da Escola de Engenharia e Coordenador de Gestão Ambiental da Universidade.

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