Dia COM Tabaco

Prezados colaboradores da luta diária e, necessariamente, crescente contra o tabaco e o tabagismo:

 

Esta notícia sobre a criação do "dia do fumicultor" chega a parecer surrealista, mas não surpreendente, pois isto acontece quando se trata de vultosas quantias envolvidas em negócios de um setor, e indeclaráveis interesses eleitoreiros de políticos que se entregam mercenariamente às necessidades corporativas destas empresas bilionárias, mesmo que isto represente graves prejuízos para a saúde e a vida da população. Pelo noticiário, tanto o Deputado Heitor Schuch, quanto o Governador do RS estão enquadrados, ou pelo menos envolvidos, pelos interesses da Indústria do Tabaco, que sempre usa agricultores como massa de manobra, e líderes políticos como seus "porta-vozes". Estes, por ocuparem cargos importantes, dão relativa legitimidade aos interesses da indústria.

 

Quem sabe, para acrescentar à hilariedade e à falta de seriedade que envolve este tipo de situação, propomos que esta data seja transferida para 5 dias após, ou seja, 2 de Novembro! Assim, o Dia de Finados, adicionalmente ao que já se propõe como tradição, poderia "homenagear" simultaneamente dois entes ligados por natureza: quem morreu e quem contribuiu. E, para tornar mais completa ainda a celebração, se adicionariam homenagens aos principais causadores de 6 milhões de mortes anuais no Mundo: Indústria do Tabaco, setores a ela ligados diretamente, como AFUBRA, ABIFUMO, ABRASEL, entre outros, e terceirizados, entre os quais os políticos que recebem verbas das empresas fumageiras para suas campanhas eleitorais, e os juízes que, após serem patrocinados para eventos e festas, por ficarem comprometidos, não têm como deliberar contrariamente aos interesses das fumageiras.

 

Precisamos entender melhor (precisa?) este novo lance da Indústria do Tabaco, protagonizado através das suas marionetes. Se os movimentos populares de protesto, acontecidos nos últimos dias, se perpetuarem, quem sabe se organizará no próximo dia 28/Outubro uma passeata de grupos interesseiros do setor tabageiro apregoando por aumento do plantio do fumo e exigindo que a população fume mais.

 

- ATÉ QUANDO O TABACO VAI PERMANECER NO MERCADO COMO UM "PRODUTO HABITUAL", PRODUZIDO E COMERCIALIZADO COMO SE NENHUM DANO CAUSASSE?

 

- ATÉ QUANDO AS EMPRESAS DO SETOR TABAGEIRO CONTINUARÃO ISENTAS DE RESPONSABILIDADE PELOS DANOS CAUSADOS PELO SEU PRODUTO?

 

-ATÉ QUANDO OS GOVERNOS VÃO CONTINUAR "FAZENDO VISTAS GROSSAS" E NADA (OU MUITO POUCO) FAZENDO PARA O BANIMENTO DO TABACO? E, PIOR, AINDA FAVORECENDO SUA CONTINUAÇÃO?

 

Muita coisa teremos de fazer, a mais! 

 

Abraço fraterno e um bom fim-de-semana.

 

Luiz Carlos

 

 

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Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva

-Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho,

 Comissão de Tabagismo (Santa Casa de P. Alegre)

-Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira

  de Pneumologia e Tisiologia - SBPT

  Tel.: (51) 3221-8522; 3221-3177