Thursday, March 06, 2014

Controle de DCNT

Bibliografia:
 Inúmeras publicações estão acessíveis através da internet valorizando as DCNT, utilizando o método epidemiológico e estratégias que tiveram sucesso no controle das DT .
·         http://www.femama.org.br
·          http://ncdalliance.org/
·         Sérgio Luiz Bassanesi, Maria Inês Azambuja, Aloyzio  Achutti: Premature Mortality due to Cardiovascular Disease and Social Inequalities in Porto Alegre: From Evidence to Action. ABC. http://www.arquivosonline.com.br/english/2008/9006/PDF/i9006004.pdf ·         
·         Mental Health and Substance Abuse·          
·         NCDnet - Global Noncommunicable Disease Network·          
·         Nutrition for Health and Development·          
·         Tobacco Free Initiative·          
·         Violence and Injury Prevention and Disability·          



·         Maria Inês Schmidt, Bruce Bartholow Duncan, Gulnar Azevedo e Silva, Ana Maria Menezes, Carlos Augusto Monteiro, Sandhi Maria Barreto, Dora Chor, Paulo Rossi Menezes:  Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. The Lancet. http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(11)60135-9/fulltext
·         Priority actions for NCD crisis. The Lancet. http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(11)60393-0/fulltext?_eventId=login ) . 

Perspectiva Recente

Em 8 de setembro de 2000 a 55a. Assembléia Geral da ONU adotou uma resolução chamada Declaração do Milênio (http://www.un.org/millennium/declaration/ares552e.pdf) voltada para “um mundo pacífico, próspero e justo, reconhecendo as responsabilidades em sustentar princípios de dignidade humana, igualdade e equidade e a obrigação com toda a população mundial, especialmente os mais vulneráveis e, em particular as crianças do mundo a quem o futuro pertence”.
É reafirmada a importância do desenvolvimento humano e  a necessidade do combate à pobreza e à falta de educação, propondo-se até 2015 reduzir pela metade a proporção dos que vivem com menos de um dolar por dia, sofrem fome e não tem água segura para beber. Como objetivos do Milênio (OM): redução em três quartos da mortalidade materna, e em dois terços a dos menores de cinco anos; reverter a disseminação do HIV/AIDS, e o flagelo da malária e de outras importantes doenças que afligem a humanidade”.
Não são mencionadas diretamente nenhuma das doenças rotuladas como “Crônicas e Não Transmissíveis” (DCNT), na época responsáveis por cerca de 63% da mortalidade mundial por todas as causas, com incidência mais precoce nas populações mais pobres e com agravante de contribuírem, em cícrulo vicioso, para manutenção do subdesenvolvimento.
Mesmo sem menção específica, se os OM forem alcançados, as doenças não contempladas diretamente, devem ainda se beneficiar, valorizando a teoria da programação fetal das doenças do adulto e modificações epigenéticas da expressão dos genes (Teoria de Barker) (http://www.thebarkertheory.org/index.php). Os OM devem contribuir para o controle das DCNT ao garantirem melhores condições para o desenvolvimento fetal e dos primeiros anos de vida, garantindo segurança alimentar, melhorando a saúde e as condições de vida das mães, promovendo a educação, e reduzindo o peso negativo da pobreza (ao prejudicar a autoestima, ao favorecer os fatores de risco e dificultar o acesso à melhor assistência).
Em Setembro de 2011 a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou Reunião de Alto Nível em Nova York para rediscutir os OM, resultando em outra Resolução adotada pela Assembléia General das Nações Unidas (66/2), constante de uma Declaração Política sobre Prevenção e Controle de DCNT
(http://www.who.int/nmh/events/un_ncd_summit2011/political_declaration_en.pdf). Em seguimento ao encontro de líderes mundiais (entre os quais estava nossa Presidente) foi elaborado um plano de ação para 2013-2020, (http://www.who.int/nmh/publications/ncd-action-plan/en/)
Para tanto foram definidos nove metas globais voluntárias para 2025 (http://www.who.int/nmh/global_monitoring_framework/gmf1_large.jpg?ua=1): redução de 10% no uso nocivo de bebidas alcoólicas, de 10% no sedentarismo, 30% na ingesta de sal e sódio, 30% na redução do uso de produtos do tabaco, 25% na prevalência de hipertensão arterial, zero de aumento na prevalência de Diabete e obesidade, 50% na cobertura de medicamentos e aconselhamento,  e cobertura de 80% na disponibilidade de medicamentos e tecnologia, pretendendo-se alcançar redução de 25% da mortalidade precoce por Doenças Cardiovasculares, Câncer, Diabete e Doenças Respiratórias Crônicas,
Vinte e cinco indicadores foram selecionados para serem monitorados.
Para reduzir os índices de Mortalidade e Morbidade com probabilidade de morrer entre 30 a 70 anos por estas quatro grandes causas de morte relacinadas com fatores de risco comuns: uso nocivo de álcool, baixa ingestão de frutas e vegetais, inatividade física, ingesta de sal, ingesta de gorduras saturadas, uso de tabaco, glicemia elevada e diabete, hipertensão arterial, sobrepeso e obesidade, e hipercolesterolemia.
Com essas recomendações, esperavam-se algumas respostas positivas dos Sistemas Nacionais de Saúde. Entre as quais: rastreamento de câncer de cérvice uterino, medicamentos e aconselhamento, medicamentos essenciais para DCNT e respectivas tecnologias, vacinação para hepatite B, vacinação para Papiloma virus, marketing para crianças, acesso a tratamento paliativo, políticas para limitar uso de gorduras saturadas e virtualmente eliminar gorduras trans.

Marcos antecedentes

O estudo do Coração de Framingham (Minnesota, USA) (http://www.framinghamheartstudy.org/about-fhs/history.php) iniciado em 1948 para determinar a importância de fatores de risco na população adulta de uma cidade teve continuidade a partir de 1971-74 pesquisando numa segunda geração a prevalência de fatores de risco para DCV numa amostra representativa da mesma cidade, com o acompanhamento lognitudinal da coorte que dura até hoje, confirmando a importância de sete fatores de risco – hipertensão arterial, alteração eletrocardiográfica, hiperglicemia, tabagismo, hipercolesterolemia, história familiar, e estresse – demonstrando também a factibilidade de controla-los com razoável sucesso a nível populacional.

Ainda nos EEUU Jeremya Stamler, um dos apologistas da epidemiologia, prevenção e controle das doenças cardiovasculares, participou de um conferência nacional em 1964
(Second National Conference on Cardiovascular Diseases. Washington D.C., November 22-24, 1964. Vol II Community Services and Education. National Heart Institute, U.S. Public |Health Service Heart Disease Control Program. American |Heart Association.) Posteriormente junto com sua esposa Rose Stamler, com Professores Geoffrey Rose e Henry Blackburn, através da Sociedade e Federação Internacional de Cardiologia (depois Federação Mundial do Coração - WHF), contribuíram para a promoção da epidemiologia e Prevenção de doenças cardiovasculares e formação de recursos humanos através do Seminários Internacionais de dez dias, realizados em várias partes do mundo.

O estudo sobre padrões de mortalidade urbana promovido pela Organização Panamericana da Saúde (OPAS) teve decisivo papel demonstrando o impacto das DCV em várias capitais Latino-Americanas, mais uma dos EEUU e outra da Inglaterra. Do Brasil, a cidade de São Paulo participou do estudo, sob coordenação do professor Ruy Laurenti, analisadas taxas de mortalidade padronizadas por idade, por grupos de DCV por 100 mil habitantes, de 15 a 74 anos, de 1962 a 1964.
(Puffer RR, Griffith GW. Patterns of urban mortality. Report of the Inter-American Investigation of Mortality.Washington, DC: PAHO; 1967. (Scientific publication n. 151)        [ Links ])

A metodologia para estudos epidemiológicos foi estabelecida e divulgada  em publicação do fim da década d sessenta pelo professor Geoffrey Rose (inicialmente cardiologista e posteriormente professor de epidemiologia e medicina comunitária da London School of Hygiene and Tropical Diseases)  (G. A. Rose, H. Blackburn, R.F. Gillum, R.J.Prineas: Cardiovascular Survey Methods. WHO, Geneva fst ed 1968, second 1982.) A contribuição dele para revisar o paradigma vigente e dar lugar a uma nova visão para a epidemiologia, abrindo novas perspectivas para poder incluir as DCNT: Identificação das causa das causas das doenças, participação popular e política, a importância populacional dos pequenos desvios da normalidade, o papel das desigualdades sociais...
Um dos primeiros estudos epidemiológicos sobre hipertensão cobrindo toda população de uma cidade foi da década de 70 realizado pelo “general practitioner” Julian Tudor Hart.
(Hart JT. Semi-continuous screening of a whole community for hypertension. Lancet. 1970; ii:223-6.)

Em 1972 foi lançado por Pekka Pushka na Finlância, Karelia do Norte, um bem sucedido  plano de prevenção de DCV que serviu de modelo e motivação pelo mundo afora.

Desde meados do século passada Febre Reumática e suas sequelas valvulares no coração já haviam sido bastante reduzidas e Dr. Thomas Strasser através da OMS propoz um programa de prevenção secundária da Febre Reumática em países em desenvolvimento (Egito, Sudão, Argélia, Turquia, Albânia) na tentativa de iniciar uma abordagem sanitária de problemas cardiológicos.

Diversos outros estudo e abordagem em nível comunitário se seguiram: Projeto conjunto Sociedade e Federação Internacional de Cardiologia (depois World Federation of Cardiology, WHF) e OMS para Prevenção da Febre Reumática; Projeto MONICA, Projeto AGFUND Prevenção da Febre Reumática; Associação entre WHF-OMS-UNESCO  para prevenção da Febre Reumática e Doença de Chagas, com elaboração de manuais para técnicos e comunidade, editados em diversas línguas; Projeto preventivo com fundos da Comunidade Européia (depois de cinco anos de tratativas não chegou a se realiza); White Book da WHF; Global Forum for Health Research, Pesquisa para avaliar consequências Sociais e  Economicas das DCV em paises em desenvolvimento…

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