As mazelas das cidades e as doenças urbanas
Entrevista de Eventos - Para a médica Maria Inês Azambuja, o verdadeiro desenvolvimento sustentável dos grandes centros oferece espaços dignos, qualidade de vida e promoção da saúde de seus habitantes
Por: João Vitor Santos
Quem mora mal, vive mal e adoece. A constatação é elementar e traz pouca novidade. Porém, a médica Maria Inês Azambuja apresenta a ideia de saúde urbana como algo mais amplo. Na sua percepção, não é só a falta de coleta de esgoto e lixo e de moradias em estado precário que fazem as pessoas adoecerem. Falta de escola, condições dignas de trabalho, oferta de alimento saudável a preço acessível e até mesmo falta de espaços públicos para convivência e lazer podem levar as pessoas a enfermidades. É como se o mal das grandes cidades, e todo estresse desta forma de vida, trouxesse as doenças urbanas. “Nossas principais cidades cresceram em 50, 60 anos o que as cidades europeias cresceram em 100. Com o agravante de que, a partir da década de 1980, enfrentamos pelo menos 20 anos de estagnação econômica, com taxas de natalidade ainda elevadas. Não surpreende então o enorme déficit de infraestrutura física e de desenvolvimento social que persiste em nossas cidades, com grande desigualdade espacial (segregação urbana). O resultado é mais adoecimento e mortes”, conclui, ao defender o conceito de saúde urbana.
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