Saturday, June 06, 2015

Viagra feminino

From Brain Hacks:

Essential Forbes piece on the almost approved 'female Viagra' flibanserin: 0.7 extra sexually satisfying events per month, no effect on sexual desire, "very significant side effects" and promoted by an astroturfed 'equality' campaign. Progress people!


From ZH newspaper;

Sinal verde para a pílula rosa 

FLIBANSERINA FOI RECOMENDADA para aprovação da Food and Drug Administration e pode começar a ser vendida nos Estados Unidos em breve. Medicamento estimula a libido das mulheres e não tem efeito imediato

A pílula rosa está perto de se tornar uma realidade. Na quarta-feira, um painel de especialistas recomendou à Food and Drug Administration (FDA, espécie de Anvisa dos Estados Unidos) que aprove para venda a flibanserina, droga testada para estimular a libido feminina. A votação foi marcada por forte lobby da indústria farmacêutica e por discussão da modesta eficácia do medicamento, que interage negativamente com álcool e causa efeitos colaterais como desmaio, sonolência, pressão baixa e enjoos. A Sprout Pharmaceuticals, empresa responsável pela flibanserina, criou um grupo de mulheres, o Even The Score (“Iguale o Placar”), que atrelou a aprovação da droga a uma questão de emancipação feminina: segundo o grupo, é injusto que apenas os homens possam ter drogas para tratar suas disfunções sexuais.

Em seu discurso de apresentação no início da reunião que decidiu recomendar positivamente a droga (por 18 votos a seis), Hylton V. Joffe, diretor da divisão de produtos ósseos, reprodutivos e urológicos da FDA, afirmou que o órgão “rejeita firmemente” acusações de preconceito de gênero. Segundo ele, não há drogas aprovadas para tratar a perda do desejo sexual – nem para homens, nem para mulheres (o Viagra trata disfunção erétil, não falta de desejo sexual).

Joffe reconheceu que há, sim, pessoas que se beneficiariam de tratamentos para a ausência de desejo. A questão é se os benefícios da flibanserina, considerados pela FDA “numericamente pequenos, mas estatisticamente significantes”, eram expressivos o suficiente, dados os efeitos colaterais. Embora não seja obrigada a fazê-lo, a FDA tem como hábito acatar as recomendações feitas por painéis como o de quarta-feira. Em 2010 e em 2013, a flibanserina havia sido rejeitada.

COMPRIMIDO ERA PESQUISADO COMO ANTIDEPRESSIVO

A flibanserina, uma pílula cor-de-rosa que deve ser tomada uma vez por dia, antes de dormir, seria aprovada para mulheres que ainda não chegaram à menopausa e que sofrem de uma falta de desejo sexual que cause moléstias – mulheres que têm a saúde física e mental intacta, estão felizes com seu relacionamento, mas apresentam desequilíbrio em certos neurotransmissores. O comprimido, que era pesquisado originalmente como um antidepressivo, age dosando o nível de alguns elementos químicos no cérebro, como a serotonina e a dopamina.

Três testes clínicos com a flibanserina foram consistentes em resultados. As mulheres que participaram do estudo tinham uma média de dois a três “eventos sexuais satisfatórios” por mês no início do estudo. Quando começaram a tomar a droga, o número de relatos desse tipo aumentou, mas apenas em um a mais por mês, comparando-se com o grupo de mulheres que tomou um placebo.

Em um dos testes clínicos, as usuárias do medicamento disseram ter tido 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês, comparadas a 3,7 das mulheres que tomaram placebo e a 2,7 antes do estudo.

Normalmente, somente após passar pelo crivo de órgãos internacionais como a FDA é que a aprovação desse tipo de remédio entra na agenda da Anvisa.
TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE O MEDICAMENTO
Como surgiu
Desenvolvida originalmente como medicamento para depressão, a flibanserina foi rejeitada pela FDA por ter mostrado pouca eficácia em testes clínicos. Mas um efeito colateral inusitado foi notado durante a fase de pesquisa: as mulheres que tomaram a droga começaram a ter experiências sexuais mais satisfatórias.
O que é
Auxilia na cura do distúrbio do desejo sexual hipoativo (HSDD, na sigla em inglês), de acordo com a Sprout Pharmaceuticals. O distúrbio afetaria o córtex pré-frontal, responsável por tarefas do dia a dia, e as portadoras teriam problemas em deixá-lo mais inativo. Ou seja: lembrando do aniversário do afilhado, do relatório que precisa ser entregue amanhã e da consulta com o dentista, a mulher teria mais dificuldade em sentir prazer – o chamado circuito de recompensa do cérebro – e motivação sexual. Com a correta dose de neurotransmissores no cérebro, a usuária da droga ficaria mais aberta para o momento sexual e menos preocupada com questões cotidianas.
O que não é
Não é uma droga que, como o Viagra, “resolve” a questão imediatamente. O Viagra ajuda a aumentar o fluxo de sangue em direção ao pênis, suprindo uma função biológica, enquanto a flibanserina age reequilibrando os neurotransmissores da parte frontal do cérebro.
O que faz
De acordo com Stephen Stahl, professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia associado com a Sprout Pharmaceuticals, a flibanserina trabalha corrigindo o desequilíbrio nos neurotransmissores cerebrais, aumentando a secreção de dopamina (que aumenta a excitação e o desejo sexual) e noradrenalina (que estimula a excitação e o orgasmo) e diminuindo a de serotonina (que, em excesso, inibe desejo e excitação e dificulta o orgasmo).
Funciona imediatamente?
Ao contrário do Viagra, que é ingerido pelos homens apenas quando se está prevendo uma relação sexual e funciona em poucas horas, a flibanserina deve ser tomada diariamente. Os efeitos podem ser percebidos depois de quatro semanas de tratamento. De acordo com o laboratório, não há uma duração padrão do tratamento, que deve ser definida pelo médico de referência.

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