Por ocasião dos 20 anos publiquei uma história mais completa:
http://amicor.blogspot.com/2017/05/2815-amicor-20.html?m=1
Temos enviado um e-lert semanal com um lista de leitura das publicações da semana para facilitar a seleção dos assuntos de interesse que com o tempo foram se estendendo, não ficando mais concentrados somente em Doenças Cardiovasculares, Prevenção e Epidemiologia.
O que encontro de meu interesse para qualidade de vida e compreensão do mundo onde vivemos guardo sob essa forma, que pode ser também usufruída pelos amigos ou visitantes eventuais. Desde 2004 temos registro de mais de quatro milhões de visitas e mais de 12 mil postagens que podem ser buscadas através de palavras chave. Embora não estejam organizadas como gostaria pretendo ainda acrescentar uma lista das palavras chave mais frequentes, o que pode facilitar a pesquisa. No Blog há um box para pesquisar por palavra chave e também um botão à E para escolher a lingua se quiser traduzir o texto. Em geral coloco o título com o link e alguns parágrafos para facilitar também a busca e abertura se for o caso.
Tem sido uma atividade sem subsídios e cuja satisfação está em poder compartilhar conhecimento com amigos, Comentários, feed-back, correções e colaboração são sempre bem vindos
Além do envio de um e-mail de alerta semanal para os amigos que me enviam o seu endereço, também tenho postado uma chamada no Facebook, no Linkedin e no Twitter
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DECLARAÇÃO DE GRAMADO
Sobre Saúde e Prevenção das Doenças Cardiovasculares, l a 10 de maio de 1997.
Sobre Saúde e Prevenção das Doenças Cardiovasculares, l a 10 de maio de 1997.
Sob os auspícios da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, Sociedade Internacional e Federação de Cardiologia, Ministério da
Saúde do Brasil, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande
do Sul e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
reuniram-se durante dez dias na cidade de Gramado 52 profissionais da saúde no
Primeiro Seminário Brasileiro de Epidemiologia Cardiovascular.
Cenários
para Promoção da Saúde
A função vital do sistema cardiovascular e a
magnitude populacional de seus problemas, fazem-no um indicador natural da
qualidade de vida e saúde da população, motivo pelo qual os conteúdos estudados
foram discutidos e editados na perspectiva de quatro cenários populacionais
(nacional, estadual, municipal e de pequena comunidade) cuja súmula é
apresentada neste documento chamado "Declaração de Gramado". A
revisão dos conhecimentos científicos atuais e das técnicas disponíveis para a
prevenção das doenças cardiovasculares e sua assistência, demonstra o quanto ainda
se pode fazer em nosso país: desde a melhoria das condições gerais de nutrição
e cuidados durante a gestação e dos primeiros anos de vida (determinantes para
o resto da vida), passando pela informação e educação das comunidades para que
se habilitem a controlar os determinantes de saúde e doença, até o acesso à
assistência básica e especializada.
A
Importância das Doenças Cardiovasculares e de seus Fatores de Risco
As Doenças Cardiovasculares, principal grupo de
causas de morte em todo o mundo, em proporção menor em países com
características de desenvolvimento semelhantes às nossas, tem sua importância
agravada pela precocidade com que se manifestam, particularmente nos grupos
socialmente menos favorecidos, devido a pior qualidade de vida e menor acesso
aos serviços de saúde. Indicadores sobre fatores de risco (sedentarismo,
obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, distúrbios metabólicos, ingestão de
álcool, e presumivelmente também estresse), e nas chances de adoecer, de ter
acesso aos serviços de saúde, de manter um tratamento continuado, reabilitar-se
e morrer, situam-nos em posição bastante desfavorável comparativamente a outros
países. Explicações para estes diferencias entre países, ou internamente entre
grupos distintos, são facilmente encontradas nas condições de pobreza,
ignorância, desemprego/sub-emprego e marginalização social de importantes
contingentes de nossa população, bem como em características culturais, e em
especial na adoção de novos hábitos e estilos de vida.
Abordagens
de Prevenção
Para melhorar a saúde não ê suficiente a
qualificação dos especialistas para atender pessoas com a doença avançada.
Ênfase deve ser dada em estratégias populacionais na eliminação e prevenção dos
fatores de risco e do ponto de vista individual na prevenção primara de alto
risco e secundária. A promoção da atividade física sistemática e de uma
alimentação natural (com menos gordura e maior proporção de frutas e verduras)
são exemplos de alvos de intervenção a partir dos quais pode se alcançar progressivamente
o controle de outros fatores de risco. A definição de prioridades entretanto
deve ser feita com ampla participação e apoio não somente governamental mas
também de outras organizações não governamentais e privadas e lideranças
comunitárias. Tem papel muito importante na mobilização destes recursos as
entidades científicas, dentre as quais se destacam a própria Sociedade
Brasileira de Cardiologia (através de seu Comité de Epidemioíogia e ^Saúde
Pública) e a Fundação Brasileira de Cardiologia. Alguns conjuntos sociais
necessitam de uma abordagem especial como as populações empobrecidas devido a
seus indicadores desfavoráveis e suas peculiaridades socio-culturais e a
população escolar pela facilidades na aplicação de atividades de educação para
a saúde e chance de sucesso nas intervenções.
Sistema
de Saúde
Fica desde logo saliente a importância de um
sistema de saúde de acesso universal e que também contemple a promoção da
saúde, facilitando a veiculação de informações e habilitando a população a utilizá-las
plenamente. Para tanto se faz necessária uma política de saúde que defina,
mobilize e integre os papéis dos atores de nível nacional, estadual, municipal,
de conjuntos menores e do próprio indivíduo (por exemplo.: na elaboração de
recomendações técnicas, compra de medicamentos, treinamento, marketing de
saúde, etc...). As competências do público e do privado, as prioridades
populacionais e para grupos de alto risco, precisam também ser definidas em
cada nível dentro de um marco profissional, de longo termo, de maneira a
permitir a visualização de objetivos que transcendam interesses particulares
imediatos e o ciclo de uma única gestão governamental. Deve-se evitar a
fragmentação entre duas culturas: a preventivista, centralmente planejada,
previlegiando estratégias populacionais, voltada quase que exclusivamente para
doenças infecto-contagiosas e a assistência!, anárquica, espaço tradicional
para o atendimento das doenças crónicas.. Foram saudados os programas dos
Agentes Comunitários de Saúde, da Saúde da Família e de Saúde Escolar, como
estratégias básicas para viabilizar a atenção primária à saúde e sua promoção.
Também foi salientada a necessidade de enfatizar a descentralização das
decisões sobre prioridades, com participação técnica e comunitária
intersetorial, regionalizando as ações em todos os níveis, para facilitar a
articulação das partes respeitando nossas importantes diferenças culturais.
Epidemiologia
e Ações Baseadas em Evidências Científicas
As decisões políticas populacionais, bem como as
decisões terapêuticas de nível individual, precisam estar embasadas em
informações epidemiológicas e nas evidências científicas já existentes, bem
como em estudos de custo-efetividade, evitando o desperdício, a desinformação,
a iatrogenia, e o primado do lucro sobre o bem comum. Fontes fidedignas de
informação precisam ser estudadas, seus resultados precisam ser divulgados em
linguagem adequada, e algumas pesquisas precisam ser replicadas para testar a
aplicabilidade local de conclusões mais gerais ou procedentes de populações
distintas.
Necessidades
de Informação, Atualização e Communicacão
Frente ao crescente número de novidades cientificas, como o papel da
inflamação na aterogênese, os questionamentos sobre manejo com medicamentos da
hipertensão leve em mulheres, e a abordagem dos problemas originados nas
desigualdades sociais, torna-se cada vez mais importante a contínua atualização
dos responsáveis por atividades preventivas.
As facilidades dos meios de comunicação devem fomentar a articulação de
lideranças, de grupos e entidades interessadas no bem comum.
As discussões levantadas neste seminário devem ser continuadas através de rede de comunicação com base na INTERNET, inclusive com a implantação de
uma página permanente sobre. promoção da saúde e
epidemiologia cardiovascular, inclusão de temas relacionados com epidemiologia
e prevenção em.reuniões científicas, cursos, seminários, revistas científicas e
participação em grupos internacionais de discussão.
Novo Paradigma
Por fim, mesmo tendo
em vista os enormes avanços científicos e tecnológicos já alcançados ou em perspectiva na cardiologia, é cada vez mais
necessária uma revisão do paradigma de saúde e doença para viabilizar que tais conquistas venham a beneficiar a
população. Para tanto se fazem necessárias uma reforma na educação médica e na educação dos demais profissionais da
saúde, paralelamente a uma ampla discussão na qual participe a cultura popular, contribuindo para a evolução do
modelo assistência!, do tradicional biomédico, para o biopsicosocial,. com
ênfase na saúde e não somente na doença.
Parabéns e muito obrigada por compartilhar conosco tanta coisa interessante. Mesmo quando não lemos por falta de tempo, só o sobrevôo por assuntos tão variados e instigantes vale a visita ao Amicor.
ReplyDeleteUm abraço
Parabéns Aloyzio! Que dera que mais colegas tivessem esta disposição para servir à comunidade.
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