Velho jardim abandonado
Passado em concretização nas árvores, nas pedras, nos canteiros esquecidos.
Passado que transparece naquilo que um dia foi parte de outras vidas.
Quanta saudade despertaria esta visão em alguém que ali tenha vivido!...
Quantas lágrimas, recordações - alegres, amargas...
Recordações. Saudade.
Quantos jardins como este pelo mundo...
Jardim abandonado, sebe descuidada, canteiros derrubados.
Altos, tristes e solitários pés de camélia carregados de flores.
Camélias pelo chão. Umas caíram hoje, outras ontem, desfolhadas.
Quantas camélias pelo mundo, caídas em jardins abandonados!...
Antigo chafariz, águas verdes. Velha ramada...
Casarão abandonado. Fora um palácio!
Olhando da empoeirada e ruída sacada, contemplando o velho jardim e a paisagem, surge viva a idéia do passado.
Passado.
Nosso presente, futuro dos que aqui viveram...
Futuro. Nosso futuro. Não serei, - não deixarei nenhum velho jardim abandonado...
Pensando no presente, no futuro, lembrei-me de tanta coisa, pensei em ti querida (*).
Passado, presente, futuro...
Tempo...
Eternidade!...
Quanta coisa num velho Jardim abandonado!...
Aloyzio Achutti
Escrito em 15/08/1952
em frente ao casarão da Vila Etelvina.
* Recém começava a namorar a Valderês
ReplyDelete"Recém começava a namorar a Valderês"....nada como o começo de namoro para despertar o poeta que nos habita, às vezes meio escondidinho!!!