3.146 AMICOR (26)
#Dra. Valderês Antonietta Robinson Achutti (*13/06/1931+15/06/2021)
Moscou, Parque Maiakovski junho/1985
#Re-publicando textos meus (celebrando os 90 anos de minha irmã)
Professora LIA MARIA CECHELLA ACHUTTI
Viva! Uma de minhas irmãs completa noventa anos. Já ultrapassou o limite da herança deixada por nossa mãe...
Tenho repetido que si mãe é essencial na vida da gente, eu tive a sorte de ser criado por três mães: DonaLuiza,LiaMariaeMariaHelena. Por mal acostumado, quando tive que me separar delas, para estudar medicina em Porto Alegre, já havia arranjado uma alternativa - minha namorada Valderês - com quem estou casado há sessenta e um anos, depois de sete de namoro.
Delas copiei muito do que sou, e devo muito do que conquistei.
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Querida irmã Lia Maria,
Tive oportunidade de te abraçar pessoalmente há três semanas e sempre que nos encontramos ou nos comunicamos, mesmo que fisicamente distantes, temos tanto a relembrar de nossa história familiar, afetiva, cheia motivações felizes a recordar.
Embora frustrado por não termos condições de estar contigo nesta data, hoje nossos filhos e netos estarão se juntando para festejar, com muita gente da família, alunos teus e amigos.
Pedi para nosso primogênito Luiz Eduardo Robinson Achutti transmitir de público nossa palavra de afeto: não é de surpreender que encontremos algumas coincidências, provavelmente não casuais: Teus sobrinhos, como em nossa família nuclear são também três - duas mulheres e um homem - só que em vez dele ser o nenê da casa como eu, é nosso primeiro. Na escolha dos nomes das meninas seguimos o mesmo modelo: imitando as duas Marias em ordem invertida (Lia Maria e Maria Helena) mas optamos por duas Lúcias (Ana Lúcia e Lúcia Helena) para não ficar tão ostensiva a cópia do modelo feliz de nossa casa.
Nosso filho apaixonado pela imagem e fotografia, como o avô Bôrtolo, é professor do Instituto de Artes da Universidade em Porto Alegre, assim como aqui criaste o Instituto de Artes na Universidade Federal de Santa Maria.
Já ultrapassaste o limite da herança de longevidade deixada por nossa mãe e a figura materna que representas é essencial. Tenho sempre repetido: Eu tive a ventura de ter sido criado por três mães: DonaLuiza,LiaMariaeMariaHelena.Por mal acostumado, quando tive que me separar delas, para estudar medicina em Porto Alegre, já havia arranjado uma alternativa, uma quarta mãe - minha namorada Valderês - com quem estou casado há sessenta e um anos, depois de sete de namoro.
Delas copiei muito do que sou, e devo muito do que conquistei.
Lia, além do carinho, e de ter saído (temporariamente) antes de casa, ajudou a me sustentar em Porto Alegre de 1953 a 55 - período de orçamento familiar escasso - até eu arranjar um emprego como Guarda Civil conseguido através de minha namorada. Foi o pretexto para nos casarmos, pois juntando meus rendimentos com os dela (de professora primária) dava para vivermos independentes.
Fazendo as contas não foi assim tão longo meu convívio com minha irmã hoje nonagenária: não mais de quinze anos - não mais do que uma sexta parte de minha vida, porque durante quatro anos estiveram internas em colégio de Dona Francisca, enquanto eu fiquei como filho único em Agudo, onde meu pai teve uma farmácia. Depois Lia veio para Porto Alegre estudar no Belas Artes e, logo em seguida, eu vim embora para fazer medicina.
Desde que estou fora de casa tenho acompanhado as realizações de minhas irmãs, inclusive o carinho e a dedicação que tiveram com nossos pais, poupando-me de assumir uma responsabilidade da qual eu sinto não ter participado mais.
Não deixo de ter uma certa sensação de culpa, misturada com gratidão, mas sei que morando junto, fizeram melhor do que eu faria se morasse mais perto.
Essa sensação persiste, atenuada com a desculpa de ter ampliado a família, com mais uma cunhada, três sobrinhos e quatro sobrinhos-netos…
Depois de um insucesso ocorrido em 1940, a carreira de minha irmã Lia foi sempre gloriosa e cheia de realizações e conquistas. Vou aproveitar a oportunidade para vingar nossa mãe,de que ouvi repetir muitas vezes seu desagrado com o ocorrido: foi num encerramento de ano letivo em Dona Francisca, onde ficava o Colégio São Carlos onde elas estavam internas. Estávamos lá nós três com Papai e Mamãe. Minha irmã não havia alcançado a nota necessária para aprovação, e o encarregado pelas freiras de fazer o discurso de encerramento, terminou dizendo: “para os aprovados e suas famílias, meus cumprimentos; para os que rodaram, meus pêsames e minhas condolências…” O tal de Seu Barqueta (tipógrafo da Vila) não imaginava que, no grupo, estava a Professora Lia Maria…
Embora não tenham descendência biológica, sei de uma enorme família de discípulos, primos, amigos e admiradores, cercando-as e dando-lhes constantemente o carinho e o apoio que minhas irmãs merecem.
#Profesora Lia Maria Cechella Achutti (*22/07/1928 +14/11/2019)
Se viva estivesse, estaria comemorando 95 anos hoje. Foto, em Santa Maria, de seus 80 anos com minha outra irmã Maria Helena, que hoje mora comigo.VIII Congresso de Humanidades Médicas
Estão abertas, até 4 de agosto, as inscrições de obras escritas e artísticas para apresentação no VIII Congresso Brasileiro de Humanidades Médicas do CFM. O encontro será nos dias 21 e 22 de setembro, em Brasília (DF). Para inscrever seu trabalho, preencha o FORMULÁRIO.
As regras para a seleção dos trabalhos que serão apresentados no evento estão previstas no edital, acessível AQUI. O documento sugere temas para as produções, como Humanidades e Tecnociência; Humanidades e os desafios na formação e prática médica; a humanização nos cuidados paliativos, entre outros. No total, a comissão organizadora do evento selecionará 62 obras, sendo 42 para apresentação oral e 20 para exposição de pôster/banner.
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Se eu tivesse de indicar alguém como exemplo de amor familiar, sem nehuma hesitação indicaria o Aloyzio
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