09 de julho de 2011 | N° 16754
ARTIGOS
Mamógrafos itinerantes, por Maira Caleffi*
O câncer de mama entrou na pauta da política nacional. Já não era sem tempo – estamos falando de uma das principais causas de morte das brasileiras, 30 mulheres morrem por dia no país por conta dessa neoplasia. Recentemente, o Ministério da Saúde realizou uma auditoria nos 1.514 mamógrafos existentes no SUS e verificou problemas importantes, como alta concentração geográfica e baixa produtividade.
Do total de aparelhos, 44% estão localizados no Sudeste. O Estado com maior número de mamógrafos é São Paulo, com 335, seguido de Minas Gerais, com 211, e do Rio Grande do Sul, com 130. Uma das alternativas sugeridas pelo Ministério da Saúde é o investimento em unidades móveis, que ampliem o acesso à mamografia em municípios onde não há o equipamento.
No Rio Grande do Sul, isso não é novidade. Desde 2007, o Estado conta com o Mamamóvel, caminhão do Imama – Instituto da Mama do RS, que circula pelo interior do Estado para oferecer exames de mamografia a comunidades que dificilmente teriam acesso a eles de outra forma. Esta unidade móvel foi contratada, no ano passado, pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado, mas ainda carece de apoio financeiro para manter-se em circulação permanente.
Certamente não se trata de um projeto fácil de se levar a cabo. O custo é alto e está cada vez mais difícil sensibilizar o empresariado sobre a importância de investir em saúde. É um enorme paradoxo. Estamos, aqui no Rio Grande do Sul, à frente do restante do país no enfrentamento do câncer de mama – muito, é claro, porque temos os mais elevados índices de incidência e mortalidade da doença. Mas já fazemos, há quatro anos, aquilo que o Ministério hoje sugere como uma saída para o problema. E mesmo assim não conseguimos o apoio devido.
O câncer de mama é uma doença que pode ser curável em até 95% dos casos, mas, para isso, precisa ser descoberta precocemente. A mamografia é o principal exame para a detecção da doença em seus estágios iniciais. Se podemos oferecer essa chance a nossas mulheres, por que não fazê-lo? Temos, no RS, uma unidade móvel muito bem equipada, com profissionais qualificados à disposição e uma equipe com muita disposição para trabalhar. Não podemos, de modo algum, deixá-la parada, quando poderia estar ajudando a milhares de mulheres. O problema da saúde no Brasil é complexo, mas não é insolúvel. Precisamos, em primeiro lugar, de comprometimento político.
*Presidente do Imama – Instituto da Mama do RS e da Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama.
Do total de aparelhos, 44% estão localizados no Sudeste. O Estado com maior número de mamógrafos é São Paulo, com 335, seguido de Minas Gerais, com 211, e do Rio Grande do Sul, com 130. Uma das alternativas sugeridas pelo Ministério da Saúde é o investimento em unidades móveis, que ampliem o acesso à mamografia em municípios onde não há o equipamento.
No Rio Grande do Sul, isso não é novidade. Desde 2007, o Estado conta com o Mamamóvel, caminhão do Imama – Instituto da Mama do RS, que circula pelo interior do Estado para oferecer exames de mamografia a comunidades que dificilmente teriam acesso a eles de outra forma. Esta unidade móvel foi contratada, no ano passado, pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado, mas ainda carece de apoio financeiro para manter-se em circulação permanente.
Certamente não se trata de um projeto fácil de se levar a cabo. O custo é alto e está cada vez mais difícil sensibilizar o empresariado sobre a importância de investir em saúde. É um enorme paradoxo. Estamos, aqui no Rio Grande do Sul, à frente do restante do país no enfrentamento do câncer de mama – muito, é claro, porque temos os mais elevados índices de incidência e mortalidade da doença. Mas já fazemos, há quatro anos, aquilo que o Ministério hoje sugere como uma saída para o problema. E mesmo assim não conseguimos o apoio devido.
O câncer de mama é uma doença que pode ser curável em até 95% dos casos, mas, para isso, precisa ser descoberta precocemente. A mamografia é o principal exame para a detecção da doença em seus estágios iniciais. Se podemos oferecer essa chance a nossas mulheres, por que não fazê-lo? Temos, no RS, uma unidade móvel muito bem equipada, com profissionais qualificados à disposição e uma equipe com muita disposição para trabalhar. Não podemos, de modo algum, deixá-la parada, quando poderia estar ajudando a milhares de mulheres. O problema da saúde no Brasil é complexo, mas não é insolúvel. Precisamos, em primeiro lugar, de comprometimento político.
*Presidente do Imama – Instituto da Mama do RS e da Femama – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama.
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