Entre o homem e a natureza
Dilema entre preservação e desenvolvimento é constante na história brasileira
Carlos Haag
Edição Impressa 176 - Outobro 2010
© ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/AGÊNCIA ESTADO |
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Queimada: problemas desde a colônia |
O projeto do novo Código Florestal, aprovado em agosto pela comissão especial da Câmara dos Deputados, deverá ser votado no Congresso após as eleições, sob críticas de cientistas e ambientalistas, para os quais a sua homologação causará impactos graves na biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos em razão das reduções significativas nas áreas de preservação permanentes (APP) e da anistia a desmatamentos feitos até 2008. A polêmica ambiental mais recente tem raízes antigas: o dilema entre preservação da natureza e desenvolvimento econômico é tema de discussões no país desde os tempos da colônia. Um pouco posterior é a dificuldade de se fazer uma parceria entre Estado e sociedade para uma solução equilibrada. “No Brasil há um padrão histórico: as preocupações com o meio ambiente, em geral, resultaram da atuação de grupos de cientistas, intelectuais e funcionários públicos que, por meio de suas inserções no Executivo, procuraram influenciar as decisões dos governantes em favor da valorização da natureza”, explica o historiador José Luiz de Andrade Franco, da Universidade de Brasília, autor de
Proteção à natureza e identidade nacional no Brasil (Fiocruz). “Por isso, o andamento das políticas de proteção à natureza sempre dependeu mais de ligações com governos e apenas secundariamente do eco que as pessoas preocupadas com as questões ambientais alcançam na sociedade”, avalia./.../
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