ALMANAQUE GAÚCHO
Zilah Totta, cem anos de nascimento
Zilah Mattos Totta nasceu em Porto Alegre, no dia 30 de outubro de 1917, há exatos cem anos, e morreu aqui na Capital em 21 de dezembro de 1997. Realizou os primeiros estudos em casa com a mãe, que era professora. A partir da 3ª série do ensino primário, estudou no Colégio Sévigné, onde concluiu o curso complementar.
Formou-se em Música, em Educação Física e em Filosofia, ostentando no currículo três diplomas universitários. Iniciou o magistério em 1939, atendendo à classe multisseriada de uma escola rural de Harmonia, município de Montenegro.
A continuidade das atividades docentes ocorreu em ordem cronológica: lecionou educação física no Grupo Escolar Visconde de São Leopoldo, em São Leopoldo, e, em Porto Alegre, no Grupo Escolar Venezuela; ensinou filosofia no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e no Colégio Sévigné; filosofia da cultura na Faculdade de Filosofia da UFRGS; história da filosofia e filosofia da educação na Faculdade de Educação da PUCRS.
As atividades administrativas em educação iniciaram-se quando a professora Zilah já auferira sólida experiência docente. Foi diretora do Grupo Escolar Paula Soares e fundou o Colégio Estadual Pio XII, onde criou a classe experimental no ensino secundário.
Em 1963, foi nomeada secretária de Educação e de Cultura do Estado, tornando-se a primeira representante do sexo feminino a assumir a pasta. Em 1964, a professora Zilah fundou, com mais três educadores, o Instituto Educacional João XXIII, escola modelar em Porto Alegre. Também presidiu o Cepergs. Em 1986, foi nomeada para participar do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do Sul.
Por todo o mérito de seu trabalho e seu valor pessoal, recebeu incontáveis homenagens públicas, tanto em vida como póstumas, dentre as quais se destacam: educador emérito (governo do Estado); professora emérita (PUCRS); medalha mérito educacional (prefeitura de Porto Alegre). Em 2000, foi conferida à Rua 9 do bairro Protásio Alves, em Porto Alegre, a denominação de Professora Zilah Totta.
O reconhecimento de entidades públicas não foi o único mérito alcançado pela professora Zilah. Dados seu temperamento alegre e comunicativo, a sinceridade com que pautava as relações, tanto no trabalho como na vida particular, a competência e empenho em tudo o que realizava e sua brilhante inteligência, sempre foi estimada, respeitada e considerada por todos os que participaram de seu convívio.
A história de vida da professora Zilah Totta é um valioso legado para todo cidadão, educador e, em especial, para os professores em formação. É uma das páginas mais ricas da história da educação em nosso Estado.
"EU ACREDITEI".
Este é o lema gravado na lápide do túmulo dessa educadora por ter sido a síntese de seu pensamento em termos de educação e de compromisso de vida.
Acreditar na educação, no professor, na luta para a construção de uma sociedade alicerçada na humanização das relações e na justiça social, na conquista da valorização do magistério e, especialmente, acreditar no aluno, pois estar em sala de aula era a atividade que mais a gratificava, além de atuar com coerência, foram dimensões formativas estruturantes da identidade dessa destacada educadora.
Colaboração da professora Maria Helena Menna Barreto Abrahão, doutora em Educação, pesquisadora e estudiosa da história de vida de Zilah Mattos Totta
"Nossos pensamentos mais importantes são os que contradizem nossos sentimentos."
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Nossos três filhos -Luiz Eduardo, Ana Lúcia e Lúcia Helena, foram alunos do IE João XXIII, onde concluiram o curso secundário. Durante algum tempo estivemos em frequente contato com ela. Fui Presidente do Conselho de Pais e Vice-Presidente da Fundação Educacional.
A baixo: em nossa casa, ela com nossos dois primeiros filhos
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