Essa disputa ou dizprostituta entre os desembargadores me fez pensar na semelhança que se pode ver entre as funções jurídicas e as psicanalíticas. Aos 94 anos creio ser o médico-psiquiatra-psicanalista mais idoso da cidade. Vejamos o que se exige dum terapeuta: o paciente chega com uma briga com o mundo externo que, em geral, é a troca de sua briga interna pela externa. E o que se pode pretender para auxiliá-lo, precisa ser pelo silêncio, a tolerância e a persistência, conseguir que a briga externa se torne uma "briga" com o único externo presente, o terapeuta. Mas para obter esse resultado é indispensável que este seja capaz de se manter neutro, nunca dar sua opinião a favor ou contra a cara-ou-coroa das brigas e graças a aceitação de opositor sem se opor, consiga aproximar o cliente da briga interna, o consciente orgulhoso e megalomaníaco com o inconsciente poderoso e tranquilo. Vejamos as fantasias e os sonhos: nas fantasias megalomaníacas o paciente começa achando que pode usar a sua mais poderosa arma, a MENTIRA, para livrar-se dos inimigos externos e do terapeuta, o inimigo substituto. A paz e a tolerância do terapeuta permite que a "novela" seja apresentada intercalada com sonhos. E nos sonhos fala o poderoso e tranquilo inconsciente e através deles pode o terapeuta ajudar o paciente a iluminar-se, como dizem os budistas. Agora os juízes: como nos mostrou o desembargador plantonista, usar a MENTIRA, arma privativa das partes em juízo, perdeu a "batalha" e creio que fica desacreditado para exercer essa função, como o terapeuta que tenta usar a MENTIRA contra seu paciente. Sergio Moro, o relator e o presidente da TRF4 me parecem que agem como bons terapeutas. E ainda temos aquele trio no STF com o mais mentiroso Gilmar Mendes e o novo presidente do STF ...
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