O DNA humano é surpreendentemente similar ao de outros animais: compartilhamos 96% dos nossos genes com os chimpanzés, 92% com os ratos (e 90% com os gatos). Você já deve ter ouvido isso. O que talvez não saiba é que também temos muito em comum com as plantas – 60% do genoma de uma banana, por exemplo, é igual ao nosso. Essas semelhanças existem porque, ao longo da evolução da vida na Terra, os genes vão se somando e se acumulando (é por isso que um reles tomate contém 31 mil genes, bem mais que os 23 mil do ser humano). Mas esse troca-troca de DNA também pode ter um legado ruim – e estar na raiz do câncer.
Há 150 milhões de anos, um tipo de sequência genética chamado LINE1 entrou no genoma dos mamíferos, e nunca mais saiu (perfaz aproximadamente 17% do DNA humano). Ele tende a provocar mutações, o que acelera a evolução mas também produz erros genéticos que levam ao aparecimento de tumores. E pode ter vindo das plantas.
Essa é a hipótese de cientistas da Universidade de Adelaide, na Austrália, que analisaram o código genético de 759 espécies para tentar descobrir a origem do LINE1. Eles concluíram que esse tipo de DNA só pode ter chegado até nós por meio de transferência horizontal, sem seguir o processo clássico da seleção natural: teria “pulado” de algum ser vivo diretamente para o nosso código genético. “Ele é como um parasita”, disse o biólogo David Adelson, autor do estudo, ao jornal inglês Telegraph. Os pesquisadores concluíram que o LINE1 não veio dos mamíferos, e sua origem pode estar numa espécie extinta de planta, cujo DNA teria sido introduzido em nossa linhagem genética por algum inseto ou vírus. Temos mais em comum do que parece – para o bem e para o mal./.../
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