Fotógrafo Luiz Eduardo Achutti faz balanço de 35 anos de carreira
Nem arte, nem jornalismo. Luiz Eduardo Achutti prefere chamar de “lírica” a exposição que será aberta hoje, às 19h, na Sala João Fahrion da Reitoria da UFRGS, em Porto Alegre. Um dos mais destacados fotógrafos do Estado, ele celebra 35 anos de profissão com a que considera a primeira panorâmica de sua produção: – Participei de mostras coletivas e individuais temáticas. Mas uma retrospectiva, como essa, ainda não havia feito.
A exposição, com curadoria do fotógrafo paulista Boris Kossoy, faz parte do projeto Percurso do Artista, que divulga a produção artística de professores da UFRGS, onde Achutti, 52 anos, leciona para alunos do Instituto de Artes e da Pós-Graduação em Antropologia Social. Tendo em vista as diversas searas que Achutti percorreu, o título do projeto não poderia ser mais adequado. Começou como fotógrafo em 1975, depois de realizar um curso no Foto-cine Clube Gaúcho. No final daquela década, passou a trabalhou para o Coojornal, que marcou época em Porto Alegre fazendo frente à ditadura militar.
Depois, trabalhou para alguns dos principais jornais e revistas do país, criando sua própria agência fotográfica em 1987. Os quatro anos em que morou em Paris para sua pesquisa de doutorado, de 1998 a 2002, coincidiram com a transição definitiva do filme para a fotografia digital no jornalismo. E Achutti embarcou na tecnologia.
– Nos últimos 10 anos, utilizo praticamente só digital. Mas, para o tipo de foto que me interessa, é mais importante o jeito pelo qual se olha do que o equipamento – explica.
A veia acadêmica foi uma forma de combinar dois de seus interesses: a fotografia e as ciências sociais (curso no qual é graduado), com imagens “mais pensadas para irem ao lado de textos”. Ao mesmo tempo, fortaleceu o lado documental, acompanhando os últimos anos de vida de Iberê Camargo (1914 – 1994) e Xico Stockinger (1919 – 2009), trabalhos que deram origem a dois livros.
Alguns destes retratos estarão na exposição, assim como os registros de viagens. Em 1986, Achutti foi para Cuba. Dois anos depois, para a Nicarágua. Em 1989, para a Alemanha oriental. Queria fazer um “apanhado do socialismo no mundo”. Mas daí veio a queda do muro de Berlim, a abertura da cortina de ferro nos países do leste europeu e a política de Gorbachev na União Soviética:
– Quando o socialismo real acabou, terminou também o meu projeto.
Uma das descobertas do percurso de Achutti em exposição na UFRGS é que o olhar atento aos problemas sociais não se esgotou com o fim de uma era. Pelo contrário, se renovou.
FÁBIO PRIKLADNICKIA exposição, com curadoria do fotógrafo paulista Boris Kossoy, faz parte do projeto Percurso do Artista, que divulga a produção artística de professores da UFRGS, onde Achutti, 52 anos, leciona para alunos do Instituto de Artes e da Pós-Graduação em Antropologia Social. Tendo em vista as diversas searas que Achutti percorreu, o título do projeto não poderia ser mais adequado. Começou como fotógrafo em 1975, depois de realizar um curso no Foto-cine Clube Gaúcho. No final daquela década, passou a trabalhou para o Coojornal, que marcou época em Porto Alegre fazendo frente à ditadura militar.
Depois, trabalhou para alguns dos principais jornais e revistas do país, criando sua própria agência fotográfica em 1987. Os quatro anos em que morou em Paris para sua pesquisa de doutorado, de 1998 a 2002, coincidiram com a transição definitiva do filme para a fotografia digital no jornalismo. E Achutti embarcou na tecnologia.
– Nos últimos 10 anos, utilizo praticamente só digital. Mas, para o tipo de foto que me interessa, é mais importante o jeito pelo qual se olha do que o equipamento – explica.
A veia acadêmica foi uma forma de combinar dois de seus interesses: a fotografia e as ciências sociais (curso no qual é graduado), com imagens “mais pensadas para irem ao lado de textos”. Ao mesmo tempo, fortaleceu o lado documental, acompanhando os últimos anos de vida de Iberê Camargo (1914 – 1994) e Xico Stockinger (1919 – 2009), trabalhos que deram origem a dois livros.
Alguns destes retratos estarão na exposição, assim como os registros de viagens. Em 1986, Achutti foi para Cuba. Dois anos depois, para a Nicarágua. Em 1989, para a Alemanha oriental. Queria fazer um “apanhado do socialismo no mundo”. Mas daí veio a queda do muro de Berlim, a abertura da cortina de ferro nos países do leste europeu e a política de Gorbachev na União Soviética:
– Quando o socialismo real acabou, terminou também o meu projeto.
Uma das descobertas do percurso de Achutti em exposição na UFRGS é que o olhar atento aos problemas sociais não se esgotou com o fim de uma era. Pelo contrário, se renovou.
Multimídia
- Um dos segmentos marcantes da trajetória de Achutti em exposição é o registro de viagens, como este de Veneza, em 1999, além de passagens por países socialistas
- O foco em questões do trabalho e a preocupação com o futuro do país marcou o percurso do fotógrafo (frequentemente instigado por questões sociais). Aqui, funcionários da Refap simulam o mapa do Brasil, em 2007, combinando esses dois temas
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