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Saturday, April 30, 2011

REVELAÇÕES DO CENSO: RS

http://zerohora.clicrbs.com.br/pdf/10913010.pdf 
ZH: 30 de abril de 2011 | N° 16686 

Um Rio Grande ao estilo europeu

JULIANA BUBLITZO Rio Grande do Sul envelheceu, está mais solitário e sua população tende a parar de crescer daqui a, no máximo, 20 anos. Divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma nova leva de dados do Censo 2010 indica que o Estado mais austral do Brasil, ponta de lança de uma tendência nacional, é o campeão em idosos, tem cada vez menos crianças e adolescentes e ostenta a menor média de moradores por domicílio do país, semelhante à de países europeus.Pelo menos 9,3% de seus quase 10,7 milhões de habitantes têm 65 anos ou mais. O índice equivale a um contingente de 162,3 mil pessoas – a maioria concentrada em municípios de pequeno e médio portes, como São João do Polêsine, na Região Central, onde os vovôs são 17,9% da população.A título de comparação, em 2000, essa mesma faixa etária não passava de 7,2% do total, deixando o Estado na terceira colocação no país. O mais curioso é que, em 2010, não apenas as cidadezinhas do Interior ficaram mais velhas. O principal conglomerado urbano gaúcho seguiu caminho igual.De acordo com o IBGE, Porto Alegre alcançou o topo do ranking das capitais com mais octogenários, ao lado do Rio. Com seus cabelos brancos e sua experiência, eles passaram a compor 2,46% dos habitantes.– O que chama a atenção é que, apesar de se consolidar como o mais velho do país, o Rio Grande do Sul ainda não tem a melhor expectativa de vida – alerta o supervisor de informações do IBGE e coordenador do censo no Estado, Ademir KoucherIsso porque, segundo o pesquisador, os gaúchos ainda contabilizam muitas mortes na faixa dos 60 aos 69 anos. A explicação, para Koucher, é cultural. Por trás, estariam hábitos nada saudáveis, como o churrasco gordo, o fumo e o consumo das bebidas alcoólicas.– É urgente que se comece a pensar em políticas públicas voltadas para essa população – diz o chefe do IBGE no Estado, José Renato de Almeida.De fato, o censo mostrou que o Rio Grande do Sul está em último lugar em população com até 14 anos e é o que menos cresce em termos populacionais desde 2000. Koucher acredita que, em menos de 20 anos, talvez 15, o crescimento cesse de vez, salvo algum novo fluxo migratório. Também é provável que cada vez menos gente divida a mesma casa, como os dados indicam.

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