Documento recente do Instituto de Medicina (IOM – o braço da saúde das Academias Nacionais Americanas) estimou em torno de US$ 750 bilhões em 2009 nos Estados Unidos o desperdício no setor saúde. Pode ser que o montante traduzido em moeda nos impressione mais do que o sofrimento humano de pacientes e de profissionais estressados, os absurdos da ineficiência e da falta de cobertura, motivos pelos quais a discussão sobre reforma vem se arrastando, e este seja um dos temas principais da atual campanha política.
Nossas realidades são muito diferentes. Embora com deficiências, temos um sistema de saúde com cobertura universal. Eles são mais ricos, mas têm mais gente para assistir, e gente sem cobertura. Interessa-nos esse tipo de informação, porque nossos padrões de qualidade, principalmente na formação de nossos especialistas, tem se baseado largamente no modelo americano.
Mesmo não sendo possível extrapolar, nem fazer comparações, nos interessaria saber como andamos, já que temos muito em comum, com mais um agravante: se lá o desperdício, de alguma forma, contribui para “rodar a máquina interna”, em nosso caso, estamos remetendo royalties para o Exterior.
Complexidade do sistema, excessivo ônus administrativo da intermediação, falta de transparência, ineficiência e prestação de serviços desnecessários por parte de profissionais e hospitais, exageram os custos, e agravam a perda de quase 100 mil vidas por ano, atribuíveis a erros evitáveis do sistema.
Por lá, o total foi assim distribuído: US$ 210 bilhões em serviços desnecessários, US$ 190 bilhões em custos administrativos dispensáveis, US$ 130 bilhões por ineficiências na prestação, US$ 105 bilhões por superfaturamento, US$ 75 bilhões em fraudes (de pacientes, prestadores e pagadores) e US$ 55 bilhões em perdas de oportunidade de prevenção.
A enormidade e a complexidade do sistema, o distanciamento do verdadeiro e único objetivo constituí-do pela qualidade de vida de seus legítimos clientes (pessoas humanas), os interesses secundários, a falta de transparência e de controle por parte do usuário final, são responsáveis pelo descalabro. Entretanto os progressos da ciência, a dedicação da maior parte dos profissionais prestadores de serviço, a atitude conformista de quem se encontra ameaçado, o aumento da expectativa de vida, as festejadas notícias sobre cura e controle de enfermidades e descobertas de novas técnicas, ainda nos dão um saldo positivo. Mas será preciso pagar o preço com tamanho ágio de desperdício?
O mesmo relatório aponta para grande resistência e atraso no setor saúde em adotar estratégias que deram certo em outros. Mesmo desconhecendo nossa real situação, pode nos ser útil a receita que eles preconizam: parceria direta médico-paciente; recompensa por redução de desperdício; qualidade no atendimento e desempenho; transparência para pacientes e médicos sobre indicadores de segurança, de resultados clínicos e custos; cultura de trabalho em equipe, colaboração e adaptabilidade.
Em sendo curto o dinheiro, o desperdício se torna ainda mais intolerável.
*MÉDICONossas realidades são muito diferentes. Embora com deficiências, temos um sistema de saúde com cobertura universal. Eles são mais ricos, mas têm mais gente para assistir, e gente sem cobertura. Interessa-nos esse tipo de informação, porque nossos padrões de qualidade, principalmente na formação de nossos especialistas, tem se baseado largamente no modelo americano.
Mesmo não sendo possível extrapolar, nem fazer comparações, nos interessaria saber como andamos, já que temos muito em comum, com mais um agravante: se lá o desperdício, de alguma forma, contribui para “rodar a máquina interna”, em nosso caso, estamos remetendo royalties para o Exterior.
Complexidade do sistema, excessivo ônus administrativo da intermediação, falta de transparência, ineficiência e prestação de serviços desnecessários por parte de profissionais e hospitais, exageram os custos, e agravam a perda de quase 100 mil vidas por ano, atribuíveis a erros evitáveis do sistema.
Por lá, o total foi assim distribuído: US$ 210 bilhões em serviços desnecessários, US$ 190 bilhões em custos administrativos dispensáveis, US$ 130 bilhões por ineficiências na prestação, US$ 105 bilhões por superfaturamento, US$ 75 bilhões em fraudes (de pacientes, prestadores e pagadores) e US$ 55 bilhões em perdas de oportunidade de prevenção.
A enormidade e a complexidade do sistema, o distanciamento do verdadeiro e único objetivo constituí-do pela qualidade de vida de seus legítimos clientes (pessoas humanas), os interesses secundários, a falta de transparência e de controle por parte do usuário final, são responsáveis pelo descalabro. Entretanto os progressos da ciência, a dedicação da maior parte dos profissionais prestadores de serviço, a atitude conformista de quem se encontra ameaçado, o aumento da expectativa de vida, as festejadas notícias sobre cura e controle de enfermidades e descobertas de novas técnicas, ainda nos dão um saldo positivo. Mas será preciso pagar o preço com tamanho ágio de desperdício?
O mesmo relatório aponta para grande resistência e atraso no setor saúde em adotar estratégias que deram certo em outros. Mesmo desconhecendo nossa real situação, pode nos ser útil a receita que eles preconizam: parceria direta médico-paciente; recompensa por redução de desperdício; qualidade no atendimento e desempenho; transparência para pacientes e médicos sobre indicadores de segurança, de resultados clínicos e custos; cultura de trabalho em equipe, colaboração e adaptabilidade.
Em sendo curto o dinheiro, o desperdício se torna ainda mais intolerável.
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