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Monday, February 16, 2015

cenário das doenças não-transmissíveis

Indicado pela AMICOR Maria Inês Reinert Azambuja

Pesquisador avalia mudanças no cenário das doenças não-transmissíveis

Bruce Duncan, professor da UFGRS e líder de um dos centros colaboradores do Ministério da Saúde apresentou dados do declínio dessas doenças na faixa entre 30 e 69 anos
Apesar da gravidade, a incidência do câncer, das doenças cardiovasculares e respiratórias e do diabates dentro da faixa etária entre 30 e 69 anos mostram sinais de declínio. Esse foi o quadro apresentado por Bruce Duncan, professor do programa de pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na palestra Tendências em DANT. A mesa faz parte do 9º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, realizado pela Abrasco no Centro de Convenções de Vitória.
Líder do Centro Colaborador da Secretaria de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde no estado gaúcho, Duncan coordena uma equipe que monitora e trabalha com os dados dessas doenças. A metodologia de trabalho do centro colaborador utiliza o cruzamento das notificações feitas nos hospitais e prontos-socorros utilizando a Classificação Internacional de Doenças, em sua décima versão (CID-10) com outros parâmetros de monitoramento, como os desenvolvidos pelo Vigitel, um avanço no registro dos dados da faixa considerada pré-matura para esses tipos de agravo. “Apesar desse grupo de doenças estar tomando maior apelo devido a sua proporção dentro do quadro de mortalidade, a realidade é que há um declínio em cerca de 15% monitorado nos últimos anos, quando as taxas são ajustadas”, destacou Duncan. As doenças respiratórias e cardiovasculares puxam o movimento de declínio, registrando redução de 35% e 26%, respectivamente, dentro da faixa pré-matura. Já o diabetes e o câncer apontam redução bem menor, de 8% e 3%, respectivamente.
Segundo o pesquisador, o diabetes aponta o cenário mais complexo, devido ao subregistro. “O mesmo percebe-se quando utilizamos as métricas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 1990, havia 30% de chances de óbitos por esse grupo de doenças nessa faixa. Atualmente, apresenta certa estabilidade em 20%. Plano Nacional e novas doenças: Outro aspecto da apresentação de Duncan foi a relação dos dados com as metas definidas no Plano Nacional de enfrentamento das DNCT 2011 – 2022, do Ministério da Saúde.
Dados coletados pelo Centro gaúcho apontam que houve um aumento de 21% no consumo de frutas, legumes e verduras e de 18%na redução do tabagismo dessa faixa. Para o pesquisador, indica que o grande desafio para os próximos anos estará relacionado a um grupo de doenças não transmissíveis “emergentes”, como os transtornos mentais, a obesidade e doença músculo-esqueléticas e doenças renais crônicas. “Há um aumento expressivo dos custos do Ministério com diálises, que já consomem cerca de 7% do orçamento da pasta”, alertou Duncan, que criticou ainda a discussão realizada em Brasília que pretende restringir a divulgação de índices e dados. “Seria desastroso em nossa capacidade de parear dados e acompanhar o cenário das morbidades brasileiras”.

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