Um abraço a todos os colegas AMICOR ou eventuais visitantes.
Especialmente minha querida Valderês Antonietta Robinson
que me levou (lá em 1951) a escolher esta profissão, que tem me acompanhado, ajudado a discutir os casos clínicos a cuidar dos pacientes, e nos deu a Psiquiatra Ana Lúcia Robinson Achutti.
À Maria Inês Reinert Azambuja, parceira do AMICOR, com todos os membros do GT sobre Saúde Urbana da Universidade.
Aos médicos que tem nos tratado como pacientes.
Aos colegas de projetos de pesquisa e intervenção (com sucesso e frustrados): Saúde Escolar, Febre Reumática, Tabagismo, Pressão Arterial e Hipertensão, Doenças Crônicas e Fatores de Risco, Promoção da Saúde, Prevenção em Bangladesh (WHF/WHO/UNESCO/UE), Saúde Urbana/Ambiente/Desigualdade
Aos colegas do Hospital Moinhos de Vento.
Aos colegas de turma, meus e da Valderês. Os que estão ainda aí, lembrando os que já se foram.
Aos colegas da Academia Sul-Riograndense de Medicina, do SIMERS, da AMRIGS, do CREMERS, e da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Brasileira e da Federação Mundial de Cardiologia, do Departamento de Cardiologia Pediátrica da SBC.
Aos meus ex-colegas de Disciplina e de Departamento da FAMED/UFRGS, da PUCRS e do Instituto de Cardiologia, da Enfermaria 38o. da Santa Casa de Misericórdia e da Equipe de Cirurgia Cardíaca.
Aos ex-colegas da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado do RS e do Ministério da Saúde e da Guarda Civil..
Aos ex-colegas da Organização Panamericana e Mundial da Saúde, e do Pro-COR.
Aos nossos parentes Médicos: tios e primos meus e da Valderês.
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Nosso mundo ficou tão grande que devo ter esquecido alguns. Acusem-se. Prometo que vou revisar e gostaria de colocar o nome de cada um...Quem sabe?
Ah! ia esquecendo mesmo,.. uma homenagem e agradecimento à nossa clientela que tanto nos ensinou e sem a qual não poderíamos nos chamar de médicos.
Segue abaixo um artigo (Hipócrates ou Maquiavel?) publicado no Jornal Mente Corpo do Dr. João Gomes Mariante. Recebi ontem Ano XI No. 138 - Setembro de 2016. Porto Alegre.
Por último, um artigo que enviei ontem para o Jornal ZH e que não deve ter dado tempo para publicar: Ciência e Arte.
CIÊNCIA E ARTE
Aloyzio Achutti. Médico.
(artigo enviado para ZH em 17/10/2016)
Costuma-se classificar Medicina simultaneamente com Ciência e Arte. Nossa profissão necessita de técnicas ao manejar instrumentos sofisticados, e arte na aplicação das conquistas científicas. A proteção ou restauração da vida, e o alívio do sofrimento ou a condução de uma boa morte, precisam lidar com as incertezas biológicas que levaram William Osler - pai da clínica moderna - a recitar seu sempre lembrado aforisma: “ Medicina é a Ciência da Incerteza e a Arte da Probabilidade”.
A ciência prima por ser fria em busca da certeza, a arte mexe com a sensibilidade e a emoção ao aplicá-la. Como ciência bastariam as faculdades cognitivas, mas a utilização do conhecimento exige a crítica e o tempero de conexões cerebrais capazes de introduzir o calor emocional nas decisões.
A tecnologia da informação e o desenvolvimento da automação e da inteligência artificial têm contribuído muito para o progresso das ciências biológicas e médicas, mas não há ainda perspectiva animadora no desenvolvimento da inteligência emocional artificial.
Podemos imaginar um robô ajudando a fazer diagnósticos e aumentando o poder e a precisão dos sentidos de um médico, mas não se pode ainda imaginá-lo tendo compaixão, e até se rebelando contra postulados científicos, quando valores humanos se antepõe.
Pode ser necessário - ainda mais nos dias de hoje, deslumbrados com o avanço tecnológico - exigir do médico além da ciência e arte, também compaixão e misericórdia.
Embora tenha surgido nossa profissão dos rituais de morte, estes dois últimos predicados não tem sido suficientemente valorizados, como se a ilusão dos dois primeiros fossem suficientes.
É possível que estejamos fugindo do sofrimento, embutido no primeiro postulado da profissão: “sanare dolorem divinum opus est”. Parece que até transferimos essa função para os deuses tentando fugir da frustração.
Embora o treinamento possa aprimorar e aguçar sentidos no reconhecimento de padrões, contribuindo para o diagnóstico - até pombos podem ser treinados para identificar lâminas de microscópio e outros exames de imagem, com acuidade comparável ou superior a de médicos - é preciso muito mais para decidir o que fazer com o diagnóstico dentro da complexidade da vida de cada paciente. Podem-se encontrar muitos momentos representados por equações matemáticas e sintetizados em algoritmos e árvores de decisão, mas o processo completo exige um cérebro humano e valores modulados pela emoção e sentimentos humanos..
E não é só um amontoado de moléculas de proteínas, outras estruturas químicas, organelas, genoma, células, tecidos e órgãos que fazem um indivíduo vivo. Um indivíduo não aparece por geração espontânea, nem se mantém sem um contexto histórico e social dentro dos quais as decisões precisam ser tomadas. É nessa conjuntura que médico e paciente fazem sentido e podem se ajudar mutuamente: o médico auxiliando o paciente a manter sua saúde e aliviando o sofrimento, e o paciente dando-lhe experiência para melhor acertar em circunstância semelhantes, com ciência, arte, compaixão e misericórdia.
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