Luxo movimentou US$ 5 bilhões em 2007
Ana Fritsch,de São Paulo
O segmento do luxo no País movimentou, no ano passado, US$ 5 bilhões, dos quais 15% foram reinvestidos no setor. O valor é 17% superior a 2006, conforme aponta a segunda pesquisa O Mercado de Luxo no Brasil, feita pela MCF Consultoria e Conhecimento em parceria com a GFK Indicator.
O estudo indica, ainda, que o executivo do luxo é, predominantemente, do sexo masculino (60%), com idade média de 39 anos, e que suas empresas entraram em operação entre 2000 e 2007. O levantamento mostrou que 60% destas companhias que atuam no segmento mais sofisticado do mercado têm controle brasileiro.
Os números foram apresentados durante a 1ª Conferência Internacional do Negócio do Luxo, a Atualuxo 2008, que se iniciou nesta segunda-feira, no hotel Renaissence, em São Paulo, e prossegue até amanhã. O evento reúne empresários das principais empresas e marcas que operam no mercado do luxo para discutir o segmento. No mundo inteiro, as cifras são gigantescas - o mercado movimenta cerca de US$ 210 bilhões ao ano.
Segundo o diretor-presidente da GFK Indicator, Paulo Carramenha, o próximo passo será mapear o mercado do luxo em toda a América Latina. "A pesquisa é uma ferramenta para que os empresários tomem decisões mais focadas", diz. Cem empresas dos mais diversos segmentos participaram do estudo. Elas atuam nos setores de vestuário, acessórios de moda, hotelaria, turismo, viagem, calçados, relojoaria, perfumaria e vinhos.
A pesquisa apontou também que uma em cada três empresas de luxo está no ramo da moda (70%), seguido dos setores de alimentos e bebidas (18%) e saúde e cosméticos (14%). A expectativa de investimentos para 2008, conforme Carramenha, está entre US$ 5,21 bilhões e US$ 6,75 bilhões (veja evolução no quadro).
O economista e diretor-executivo para mercados emergentes no banco West LB, Ricardo Amorim, que atualmente reside em Nova Iorque, participa da conferência e reforça a idéia de que os investidores devem olhar diretamente para a América Latina, em especial para o País. "A Ásia está dando as cartas e isto é uma oportunidade única para o Brasil", diz.
Amorim ressalta as baixas taxas de juros mundiais, o aumento da demanda por commodities, a queda do preço dos produtos manufaturados e a solidez da política macroeconômica como sinais que devem ser entendidos como uma oportunidade. "O potencial de consumo está nos emergentes, o crescimento mundial não vem dos países mais desenvolvidos", afirma.
Para abrir o evento foi convidado o diretor do Pólo Luxo do Instituto Superior de Comércio (ISC) de Paris, Christophe Rioux, que também leciona na Sorbonne. "O luxo tem crescido cada vez mais, está descendo a pirâmide social e andando nas ruas", afirmou. Rioux falou sobre as estratégias de preço e de distribuição de produtos de luxo e apontou o mercado paralelo como um dos grandes desafios.
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