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Thursday, December 04, 2008

efeitos cardiovasculares da poluição atmosférica

 American Heart Association 2008: , mesmo no conforto domiciliar

Autora: Shelley Wood

Nova Orleans, Louisiana - Pesquisadores que equiparam indivíduos de estudo com “coletes de poluição atmosférica” para monitorar continuamente a exposição a poluentes aéreos tanto em ambientes internos quanto ao ar livre afirmam que as pessoas estão provavelmente expostas a níveis de poluentes muito mais elevados do que as estações públicas de monitoração normalmente indicam e que esta exposição afeta tanto a função endotelial quanto a pressão arterial sistólica.

Dr. Robert Brook (University of Michigan, Ann Arbor) e colaboradores apresentaram um pôster com os resultados do seu estudo DEARS (Detroit Exposure and Aerosol Research Study), durante as Sessões Científicas da American Heart Association (AHA) de 2008. Em uma entrevista à heartwire, o co-autor do estudo, Robert Bard, disse que os resultados deveriam servir como uma lembrança para cardiologistas, que tendem a esquecer a proporção em que a poluição atmosférica pode lesar o coração.

"Os cardiologistas realmente não estão cientes disso como um fator de risco", disse Bard, apesar de uma advertência científica da AHA de 2004 sobre os riscos cardiovasculares da poluição atmosférica. O que é preciso, Bard disse, é "uma maior conscientização de que a poluição atmosférica está contribuindo para a doença cardiovascular".

Algo no ar

Brook, Bard e colaboradores incluíram 65 pessoas — a maioria delas mulheres — entre 19 e 80 anos de idade, residentes em três áreas de Detroit. Todos os indivíduos usavam coletes de monitorização da poluição por 24 horas durante cinco dias consecutivos no verão e cinco dias consecutivos no inverno, apenas retirando os coletes para higiene corporal ou para dormir, neste caso foram instruídos a manter os coletes próximos a eles, no mesmo quarto. Conseqüentemente, explicou Bard, os coletes captaram não somente poluentes de âmbito público, mas as exposições domiciliares, bem como exposições de curto prazo, quando os indivíduos passavam por alguém fumando ou um ônibus saindo do acostamento e produzindo um estouro do escapamento.

Os pesquisadores verificaram que a exposição pessoal média ao material particulado fino <>2,5), associando ambas as exposições em ambientes internos e ao ar livre, foi 21,9 μg/m3, mas variou até 225,4 μg/m3 — muito maior do que aquela mensurada pelas estações públicas de monitoração, que era uma média de 15,4 μg/m3 e um máximo de 41 μg/m3. Surpreendentemente, um aumento de 10 μg/m3 na exposição pessoal no estudo foi associado ao estreitamento do diâmetro do vaso sangüíneo braquial no prazo de 2 dias da exposição e aumento da pressão arterial sistólica (até 1,6 mm Hg), após 1 dia de exposição.

Segundo Bard, os principais tipos de poluentes aéreos detectados pelos coletes foram "subprodutos de combustão", ou seja, escapamento dos automóveis e fumaça ambiental do tabaco, apesar do fato de que todos os participantes do estudo eram não-fumantes e residentes em domicílios sem tabagistas. O fumo ainda é permitido, por exemplo, nos restaurantes, em Michigan, observou Bard.

"A poluição atmosférica é, na verdade, mencionada como a 13ª maior causa de morte no mundo inteiro", Bard lembrou à heartwire. "Nós já sabíamos que a poluição atmosférica está associada aos eventos adversos cardiovasculares, incluindo o aumento da pressão arterial, mas o novo aspecto aqui é que estávamos medindo a poluição à qual as pessoas foram diretamente expostas e avaliando a função cardiovascular. Constatamos que as pessoas comuns no nosso estudo apresentaram aumento da pressão arterial e função endotelial reduzida a partir do ar ao qual foram expostas nas 24 horas prévias. E essencialmente, estes resultados foram demonstrados apesar dos níveis de poluição no ar ambiente que estavam de acordo ou abaixo daqueles recomendados nas diretrizes atuais da EPA (Environmental Protection Agency)".

Ele continuou: "Os pacientes não devem entrar em pânico, pois estes níveis são ainda relativamente baixos. Mas as pessoas precisam estar mais conscientes sobre a poluição atmosférica como um fator contribuinte das doenças cardiovasculares e apoiar iniciativas de ar limpo. E se você apresenta uma doença cardiovascular, talvez precise evitar a exposição à poluição atmosférica nas horas críticas".

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