Diagnóstico psiquiátrico é “cientificamente insignificante”, descobre estudo
Um novo estudo da Universidade de Liverpool, no Reino Unido, fez uma descoberta um tanto chocante: depois de examinar o manual que a maioria dos profissionais de psiquiatria utiliza para realizar diagnósticos, concluiu que ele é “cientificamente insignificante” no que se trata de identificar e diferenciar distúrbios mentais./.../
O que os pesquisadores querem dizer com raciocínios diferentes para tomada de decisão e grande sobreposição de sintomas?
Que “diagnósticos frequentes e não críticos relatados como ‘doenças reais’ são de fato feitos com base em inconsistências internas e padrões confusos e contraditórios de critérios amplamente arbitrários”. “O sistema de diagnóstico supõe erroneamente que todo sofrimento resulta de distúrbios e depende fortemente de julgamentos subjetivos sobre o que é normal”, explica Peter Kinderman, da Universidade de Liverpool.
Os pesquisadores acham que a abordagem diagnóstica biomédica em psiquiatria não é adequada ao seu propósito; pelo contrário, é superficial e enganadora.
“Embora os rótulos diagnósticos criem a ilusão de uma explicação, eles são cientificamente insignificantes e podem criar estigma e preconceito. Espero que esses resultados encorajem os profissionais de saúde mental a pensar além dos diagnósticos e considerar outras explicações de sofrimento mental, como trauma e outras experiências de vida adversas”, resume a principal autora do novo estudo, a Dra. Kate Allsopp.
“Talvez seja a hora de pararmos de fingir que os rótulos que soam médicos contribuem com alguma coisa para nossa compreensão das complexas causas do sofrimento humano ou sobre o tipo de ajuda precisamos quando aflitos”, concluiu John Read, da Universidade de East London.
Um artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica Psychiatry Research. [MedicalXpress]
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