Caro Achutti, antes de tudo saudações à Valderes.
O Hans veio a Porto Alegre por interveniência do Professor Peri Riet Correa do Instituto de Fisiologia uma referência na época devido a sua reorganização por parte do prêmio Nobel Houssais. Fez um Conferência no Salão Nobre da vetusta Faculdade de Medicina com a Mesa presidida pelo reitor da URGS Eliseu Paglioli. Salão lotado pela “intelligentsia” médica da época. Homem simples, alegre e comunicativo fez a conferencia em espanhol, embora austríaco-canadense. No mesmo dia confraternizou com alunos e professor Riet em jantar no Hotel Umbu na Av. Farrapos. Pelo que mais tarde os jornais informaram é que. Tristemente, Hans Selie tinha sido degradado por fraude em trabalhos científicos. Sabe-se da intolerância de nossos irmãos anglo-saxônicos com o estelionato científico. Todavia, a teoria do comprometimento das suprarrenais em ratos de laboratório continuou vigente como hipótese não rejeitada. Saudações renovadas Mestre.
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A contribuição do Selie foi muito importante. Assisti uma conferência dele em Buenos Aires, acho que em 1954 no Congresso de Medicina Psico-somática, para o qual fomos em caravana de ônibus.
No livro do neurobiólogo Sapolski ele conta uma história de como a teoria do estresse foi descoberta. O Hans era auxiliar de laboratório e tinha que fazer injeções de extrato de glândulas em pesquisa preliminares de opoterapia, mas ele era muito desajeitado e deixava os ratos escapar, tendo que caçá-los depois pelo laboratório para injetar o tal estrato glandular. Na necrópsia encontraram alterações nas supra-renais que inicialmente foram atribuídas ao efeito das injeções. Somente mais tarde, fazendo teste duplo-cego com uma amostra à qual ela aplicado um placebo, chegaram à conclusão de que as alterações eram sim devidas ao estresse ao que os ratos eram submetidos nas caçadas do Selie.
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