Saúde! de quem? que saúde?
Há muito tempo que o investimento em saúde é direcionado e centralizado na doença, inspirado na Medicina Flechneriana, centrada na enfermidade, no Hospital e na droga alopática, no medicamento industrializado. Nosso conceito de Saúde ainda não está totalmente claro, límpido, sólido...saudável enfim!
Constatações:
- - aqui, no RS, as pequenas e médias cidades têm muito mais drogarias do que padarias;
- - muitos medicamentos são comercializados sem a necessidade da indicação formal do profissional da saúde, estando livres de receituário;
- - com muita frequência vemos promoção tipo compra um leva dois;
- - medicamentos em “oferta” para queima de estoque;
- - entre os dias 05 e 10 de cada mês, a população vai as drogarias fazer “rancho” de medicamentos, refazer o estoque de drogas que talvez nunca vá utilizar e, na fila do caixa ficam comparando as conquistas;
- - medicamentos com custo tão elevados que serão pagos em várias prestações;
- - “liquidação” / “saldo” de medicamentos encalhados, aqueles que “saem de moda”;
- - ofertas irrecusáveis, tipo compra uma droga para tratar uma doença leva e, de “oferta” por “venda casada” leva outro medicamento para tratar outra enfermidade que o cliente nem sabe o que significa...
- - não raro o atendente “receita” medicamento(s): para uma “febrícula” sem importância, (deve ser um “antitermículo”), um comprimidinho para uma dorzinha qualquer, ou um “laxantezinho” para uma “prisãozinha de ventre” aleatória...
- - a drogaria faz chamada pelo microfone em bom som “aproveite que está em oferta, freguês!”.
- - medicamentos são comercializados por até 90% de descontos?!, para quem pedir, se não, paga o preço “real”.
Aí, de volta para casa, faz uma faxina no depósito, os medicamentos vencidos são jogados no lixo, no vaso sanitário que voltarão de alguma forma através da água tratada (?)...
Sem considerar que muitos tratamentos são preconizados pelo vizinho inapto, pelo balconista leigo, pela conversa no elevador, a escuta na fila do ônibus, ou pelo palpite de alguém que já usou...
Estamos verdadeiramente pouco preocupados com a Saúde. Estão aí as mazelas. O sistema de prevenção é precário, tanto que o tabaco é a primeira causa de morte evitável no mundo. A segunda causa é o álcool e a terceira o fumo passivo.
Um percentual preocupante de internações hospitalares devem -se ao uso inadequado de medicamentos e/ou suas reações adversas e efeitos colaterais.
As Associações Médicas são motivadas/construídas por enfermidades. Eles não se reúnem por saúde, mas sim por doenças, veja: Sociedade Brasileira de Cefaleia,
Associação Brasileira do Déficit de Atenção, Sociedade Brasileira de Hipertensão, etc.
Somos tratados por partes, por segmentos, por órgãos isolados. Ainda não percebemos que o adoecimento é da Pessoa.
Em suma, humanos saudáveis não geram lucro…
Roni Quevedo.-
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