Exemplares de pedra lascada escavados no vale do rio Zarqa
Fabio Parenti / UFPR | Leonor Calasans / IEA-USP | Léo Ramos Chaves
Um grupo de arqueólogos e geólogos de universidades brasileiras afirma ter descoberto os mais antigos indícios da saída de hominídeos da África, considerada o berço da humanidade. As camadas geológicas em que foram encontrados seixos lascados e lascas, oriundos de escavações feitas entre 2013 e 2016 no vale do rio Zarqa, na Jordânia, foram datadas por três métodos distintos e atingiram a idade máxima de aproximadamente 2,5 milhões de anos. Se os dados estiverem corretos, esses artefatos líticos teriam sido produzidos pelas mãos de humanos arcaicos pertencentes a populações de Homo habilis, a primeira espécie conhecida do gênero Homo, 400 mil anos antes do registro considerado até agora como o mais antigo da presença de hominídeos fora do continente africano. “Nosso estudo muda a história da humanidade em quase meio milhão de anos”, afirma o bioarqueólogo Walter Neves, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), coordenador da equipe que fez as pesquisas na Jordânia e escreveu um artigo científico sobre os achados. A área do vale do rio Zarqa em que foram encontradas as pedras lascadas dista cerca de 40 quilômetros de Amã, a capital jordaniana, e hoje é circundada por projetos agrícolas e cidades.
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