A dependência das drogas sequestra os circuitos neurais no cérebro. Os cientistas vêm buscando tratamentos capazes de proporcionar uma saída do ciclo de desejo, recompensa e crise de abstinência, que aprisiona dezenas de milhões de pessoas.
Após décadas investigando em laboratórios o cérebro de animais que foram habituados a drogas, e escaneando o cérebro de voluntários humanos, os cientistas estão entendendo, de forma mais detalhada, o modo pelo qual a dependência desorganiza os circuitos e os processos subjacentes a desejo, formação de hábitos, prazer, aprendizado, controle emocional e conhecimento. O vício provoca centenas de alterações na anatomia do cérebro, no seu funcionamento químico, na sinalização de uma célula a outra, e até mesmo nas sinapses (as fendas entre os neurônios), que constituem a maquinaria molecular associada ao aprendizado. Ao se aproveitar da assombrosa plasticidade do cérebro, a dependência reorganiza os circuitos neurais de modo a atribuir um valor supremo à cocaína ou à heroína ou ao uísque, em detrimento de outros interesses como a saúde, o trabalho, a família ou a própria vida.
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