SEGREDOS DE PAPAI NOEL
ERNY HENNIG INCORPOROU A FIGURA DO BOM VELHINHO E, AO LONGO DE DÉCADAS DE TRABALHO EM SHOPPINGS, CASAS E EMPRESAS, FEZ SUA IMAGEM SE CONFUNDIR COM A DO BENFEITOR NATALINO
Foi em uma noite de Natal, muitos anos atrás. Lustrosas botas pretas, alvas polainas, túnica vermelha, o comprido gorro com pompom à ponta, a rigor como deve ser, Papai Noel visitou quatro ou cinco residências de Porto Alegre para entregar pacotes e alimentar fantasias infantis. Finda a jornada, depois de horas para lá e para cá, virou-se para a mulher dentro do veículo - era um automóvel, não um trenó - e declarou:
- Agora quero fazer a minha ceia de Natal! Quero garçom de luva branca, quero vela na mesa, quero beber champanhe.
Já era uma da madrugada do dia 25. Noel e a mulher percorreram a Protásio Alves, vasculharam a Auxiliadora, palmilharam a Floresta. Nenhuma porta aberta. Donos de restaurante também têm família, também querem estar com os seus na noite feliz.
É assim mesmo, a ceia teve de ser na loja de conveniência de um posto Shell, em uma esquina qualquer. Quem entrasse ali naquele momento veria Papai Noel, com a ajuda de uma latinha de cerveja, empurrar um sanduíche triangular goela abaixo.
- Nem me fala. Não tenho noite de Natal - desabafa o velhinho./.../
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