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Saturday, September 21, 2019

LIA MARIA CECHELLA ACHUTTI (22/07/1928 - 18/09/2019)

Professora LIA MARIA CECHELLA ACHUTTI
(*22/07/1928 +18/09/2019)
 Éramos três os filhos do casal Luiza Cechella e Bôrtolo Achutti até 18/09/2019
(foto de 2008 quando Lia Maria completou os 80 anos)

Nossa irmã Lia faleceu. Agora sobramos somente minha outra irmã Maria Helena e eu, mas cercados e apoiados pela extensão familiar de tanta gente querida: filhos, netos, primos, cunhados, amigos, cuidadoras, ex-alunos...
As limitações provocadas pela doença que a vitimou não impediram que ela continuasse se expressando através de suas criações artísticas até fins do mês passado.
Escolhi o texto que segue por resumir um pouco da memória feliz que nos deixou, escrito por mim há pouco mais de um ano para celebrar seus noventa anos, apresentado na festa por nosso filho Luiz Eduardo. (fotos de 2008 e 1929)














Viva 22/07/2018! Uma de minhas irmãs completa noventa anos. Já ultrapassou o limite da herança deixada por nossa mãe...
Tenho repetido que si mãe é essencial na vida da gente, eu tive a sorte de ser criado por três mães: Dona Luiza, Lia Maria e Maria Helena. Por mal acostumado, quando tive que me separar delas, para estudar medicina em Porto Alegre, já havia arranjado uma alternativa - minha namorada Valderês - com quem estou casado há sessenta e um anos, depois de sete de namoro.
Delas copiei muito do que sou, e devo muito do que conquistei.
Lia, além do carinho, e de ter saído (temporariamente) antes de casa, ajudou a me sustentar em Porto Alegre de 1953 a 55 - período de orçamento familiar escasso - até eu arranjar um emprego como Guarda Civil, conseguido através de minha namorada. Pretexto para casar, pois juntando meus rendimentos com os dela, de professora primária, foi possível vivermos independentes.
Fazendo as contas não foi assim tão longo meu convívio com minha irmã nonagenária: não mais de quinze anos, porque durante quatro estiveram internas em colégio de dona Francisca, enquanto eu fiquei como filho único em Agudo, onde meu pai teve uma farmácia. Depois ela veio para Porto Alegre estudar no Belas Artes e, logo em seguida, eu vim embora para fazer medicina.
Desde que estou fora de casa tenho acompanhado as realizações de minhas irmãs, inclusive o carinho e a dedicação que tiveram com nossos pais, poupando-me de assumir uma responsabilidade da qual eu deveria ter participado mais.
Não deixo de ter uma certa sensação de culpa, misturada com gratidão, mas sei que morando junto, fizeram melhor do que eu faria se morasse mais perto.
Essa sensação persiste, atenuada com a desculpa de ter ampliado a família, com mais uma cunhada, três sobrinhos e quatro sobrinhos-netos…
Suspeito termos imitado o modelo ao escolher o duplo nome para nossas filhas, com o nome comum em posição trocada: em vez de Lia Maria e Maria Helena, acrescentamos uma Ana Lúcia e uma Lúcia Helena.
Embora não tenham deixado descendência biológica, sei de uma enorme família de discípulos, primos, amigos e admiradores, cercando-as e dando-lhes constantemente o carinho e o apoio que minhas irmãs merecem.
Sempre achei o nome Lia muito curtinho, com poucas letras (também não tem “Ypsilones” ou “Zes” como o meu - obrigando a caligrafar abaixo da linha), mas suspeito que a escolha tenha sido providencial para uma artista assinar suas obras de arte, principalmente com as características de preciosas miniaturas a que tem se dedicado.
Mais teria a dizer, mas por enquanto são essas poucas, mas espontâneas.
Abraço e beijo do irmão Aloyzio

Em Porto Alegre, na Igreja São José, no dia 05 de outubro próximo às 17 horas haverá uma missa com o nome dela nas intensões. Amigos que por aqui estiverem estão convidados.

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