Translate AMICOR contents if you like

Saturday, May 16, 2020

AMICOR 23 anos Celebrando na WEB

ISFC logo139.jpgAMICOR teve início em 17 de maio de 1997 logo após o Seminário de 10 dias sobre Epidemiologia Cardiovascular e Prevenção realizado num dos hoteis de Gramado, cidade da serra Riograndense. Foi elaborado um documento cuja correção e finalização se fez por e-mail criando um grupo que deu origem a Declaração de Gramado publicada pela SBC, pela Federação Mundial de Cardiologia e Pelo ProCor do Professor Bernard Lown. Da experiência deu-se continuidade trocando informações colhidas ao surfar pela Internet. Com o tempo o grupo foi aumentando e criamos uma página, transformada em Blog em 2004 quando esse formato surgiu. 
Por ocasião dos 20 anos publiquei uma história mais completa:
http://amicor.blogspot.com/2017/05/2815-amicor-20.html?m=1
Temos enviado um e-lert semanal com um lista de leitura das publicações da semana para facilitar a seleção dos assuntos de interesse que com o tempo foram se estendendo, não ficando mais concentrados somente em Doenças Cardiovasculares, Prevenção e Epidemiologia. 
O que encontro de meu interesse para qualidade de vida e compreensão do mundo onde vivemos guardo sob essa forma, que pode ser também usufruída pelos amigos ou visitantes eventuais. Desde 2004 temos registro de mais de quatro milhões de visitas e mais de 12 mil postagens que podem ser buscadas através de palavras chave. Embora não estejam organizadas como gostaria pretendo ainda acrescentar uma lista das palavras chave mais frequentes, o que pode facilitar a pesquisa. No Blog há um box para pesquisar por palavra chave e também um botão à E para escolher a lingua se quiser traduzir o texto. Em geral coloco o título com o link e alguns parágrafos para facilitar também a busca e abertura se for o caso.
Tem sido uma atividade sem subsídios e cuja satisfação está em poder compartilhar conhecimento com amigos, Comentários, feed-back, correções e colaboração são sempre bem vindos
Além do envio de um e-mail de alerta semanal para os amigos que me enviam o seu endereço, também tenho postado uma chamada no Facebook, no Linkedin e no Twitter
***********************
DECLARAÇÃO DE GRAMADO
Sobre Saúde e Prevenção das Doenças Cardiovasculares, l a 10 de maio de 1997.

Sob os auspícios da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Internacional e Federação de Cardiologia, Ministério da Saúde do Brasil, Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), reuniram-se durante dez dias na cidade de Gramado 52 profissionais da saúde no Primeiro Seminário Brasileiro de Epidemiologia Cardiovascular.

Cenários para Promoção da Saúde
A função vital do sistema cardiovascular e a magnitude populacional de seus problemas, fazem-no um indicador natural da qualidade de vida e saúde da população, motivo pelo qual os conteúdos estudados foram discutidos e editados na perspectiva de quatro cenários populacionais (nacional, estadual, municipal e de pequena comunidade) cuja súmula é apresentada neste documento chamado "Declaração de Gramado". A revisão dos conhecimentos científicos atuais e das técnicas disponíveis para a prevenção das doenças cardiovasculares e sua assistência, demonstra o quanto ainda se pode fazer em nosso país: desde a melhoria das condições gerais de nutrição e cuidados durante a gestação e dos primeiros anos de vida (determinantes para o resto da vida), passando pela informação e educação das comunidades para que se habilitem a controlar os determinantes de saúde e doença, até o acesso à assistência básica e especializada.

A Importância das Doenças Cardiovasculares e de seus Fatores de Risco
As Doenças Cardiovasculares, principal grupo de causas de morte em todo o mundo, em proporção menor em países com características de desenvolvimento semelhantes às nossas, tem sua importância agravada pela precocidade com que se manifestam, particularmente nos grupos socialmente menos favorecidos, devido a pior qualidade de vida e menor acesso aos serviços de saúde. Indicadores sobre fatores de risco (sedentarismo, obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, distúrbios metabólicos, ingestão de álcool, e presumivelmente também estresse), e nas chances de adoecer, de ter acesso aos serviços de saúde, de manter um tratamento continuado, reabilitar-se e morrer, situam-nos em posição bastante desfavorável comparativamente a outros países. Explicações para estes diferencias entre países, ou internamente entre grupos distintos, são facilmente encontradas nas condições de pobreza, ignorância, desemprego/sub-emprego e marginalização social de importantes contingentes de nossa população, bem como em características culturais, e em especial na adoção de novos hábitos e estilos de vida.

Abordagens de Prevenção
Para melhorar a saúde não ê suficiente a qualificação dos especialistas para atender pessoas com a doença avançada. Ênfase deve ser dada em estratégias populacionais na eliminação e prevenção dos fatores de risco e do ponto de vista individual na prevenção primara de alto risco e secundária. A promoção da atividade física sistemática e de uma alimentação natural (com menos gordura e maior proporção de frutas e verduras) são exemplos de alvos de intervenção a partir dos quais pode se alcançar progressivamente o controle de outros fatores de risco. A definição de prioridades entretanto deve ser feita com ampla participação e apoio não somente governamental mas também de outras organizações não governamentais e privadas e lideranças comunitárias. Tem papel muito importante na mobilização destes recursos as entidades científicas, dentre as quais se destacam a própria Sociedade Brasileira de Cardiologia (através de seu Comité de Epidemioíogia e ^Saúde Pública) e a Fundação Brasileira de Cardiologia. Alguns conjuntos sociais necessitam de uma abordagem especial como as populações empobrecidas devido a seus indicadores desfavoráveis e suas peculiaridades socio-culturais e a população escolar pela facilidades na aplicação de atividades de educação para a saúde e chance de sucesso nas intervenções.

Sistema de Saúde
Fica desde logo saliente a importância de um sistema de saúde de acesso universal e que também contemple a promoção da saúde, facilitando a veiculação de informações e habilitando a população a utilizá-las plenamente. Para tanto se faz necessária uma política de saúde que defina, mobilize e integre os papéis dos atores de nível nacional, estadual, municipal, de conjuntos menores e do próprio indivíduo (por exemplo.: na elaboração de recomendações técnicas, compra de medicamentos, treinamento, marketing de saúde, etc...). As competências do público e do privado, as prioridades populacionais e para grupos de alto risco, precisam também ser definidas em cada nível dentro de um marco profissional, de longo termo, de maneira a permitir a visualização de objetivos que transcendam interesses particulares imediatos e o ciclo de uma única gestão governamental. Deve-se evitar a fragmentação entre duas culturas: a preventivista, centralmente planejada, previlegiando estratégias populacionais, voltada quase que exclusivamente para doenças infecto-contagiosas e a assistência!, anárquica, espaço tradicional para o atendimento das doenças crónicas.. Foram saudados os programas dos Agentes Comunitários de Saúde, da Saúde da Família e de Saúde Escolar, como estratégias básicas para viabilizar a atenção primária à saúde e sua promoção. Também foi salientada a necessidade de enfatizar a descentralização das decisões sobre prioridades, com participação técnica e comunitária intersetorial, regionalizando as ações em todos os níveis, para facilitar a articulação das partes respeitando nossas importantes diferenças culturais.

Epidemiologia e Ações Baseadas em Evidências Científicas
As decisões políticas populacionais, bem como as decisões terapêuticas de nível individual, precisam estar embasadas em informações epidemiológicas e nas evidências científicas já existentes, bem como em estudos de custo-efetividade, evitando o desperdício, a desinformação, a iatrogenia, e o primado do lucro sobre o bem comum. Fontes fidedignas de informação precisam ser estudadas, seus resultados precisam ser divulgados em linguagem adequada, e algumas pesquisas precisam ser replicadas para testar a aplicabilidade local de conclusões mais gerais ou procedentes de populações distintas.

Necessidades de Informação, Atualização e Communicacão
Frente ao crescente número de novidades cientificas, como o papel da inflamação na aterogênese, os questionamentos sobre manejo com medicamentos da hipertensão leve em mulheres, e a abordagem dos problemas originados nas desigualdades sociais, torna-se cada vez mais importante a contínua atualização dos responsáveis por atividades preventivas.
As facilidades dos meios de comunicação devem fomentar a articulação de lideranças, de grupos e entidades interessadas no bem comum. As discussões levantadas neste seminário devem ser continuadas através de rede de comunicação com base na INTERNET, inclusive com a implantação de uma página permanente sobre. promoção da saúde e epidemiologia cardiovascular, inclusão de temas relacionados com epidemiologia e prevenção em.reuniões científicas, cursos, seminários, revistas científicas e participação em grupos internacionais de discussão.

Novo Paradigma

Por fim, mesmo tendo em vista os enormes avanços científicos e tecnológicos já alcançados ou em perspectiva na cardiologia, é cada vez mais necessária uma revisão do paradigma de saúde e doença para viabilizar que tais conquistas venham a beneficiar a população. Para tanto se fazem necessárias uma reforma na educação médica e na educação dos demais profissionais da saúde, paralelamente a uma ampla discussão na qual participe a cultura popular, contribuindo para a evolução do modelo assistência!, do tradicional biomédico, para o biopsicosocial,. com ênfase na saúde e não somente na doença.

Visualizações de página por país


Entrada na semanaVisualizações de página
Estados Unidos
2501
Turcomenistão
979
Noruega
308
África do Sul
205
Brasil
157
Coreia do Sul
77
França
63
Alemanha
52
Irlanda
33
Ucrânia


2 comments:

Maria Ines Azambuja said...

Parabéns e muito obrigada por compartilhar conosco tanta coisa interessante. Mesmo quando não lemos por falta de tempo, só o sobrevôo por assuntos tão variados e instigantes vale a visita ao Amicor.
Um abraço

Jorge, colega da Valderes said...

Parabéns Aloyzio! Que dera que mais colegas tivessem esta disposição para servir à comunidade.