APROVEITANDO O TEMPO DE PANDEMIA
A sacudida que recebemos desta crise pandêmica não deve ficar por isso mesmo,
ou só pelos aspectos negativos e exacerbação do terrorismo. Sabe-se que na
natureza tudo está integrado e faz sentido, si se consegue olhar para além do
horizonte limitado pela nossa visão imediata. Tudo se move e tudo se acomoda e
evolui para manter um equilíbrio, mesmo que momentaneamente instável.
Nosso conhecimento científico está especializado, para não dizer fragmentado, e
temos cautela, ou medo de sair de nosso estrito território onde somos
reconhecidos e temos poder, mesmo que tenhamos inveja do “pasto do vizinho”.
Temos necessidade de uma teoria unificadora, teoria de tudo, singularity, ou que
nome se quiser dar, para algo que não existe e pode ser considerado como
temerário em nosso estágio atual de desenvolvimento cultural.
Podemos continuar por aí, mas meu propósito é tirar desde já algum proveito
daquilo que nos assusta e pode nos dar oportunidade para repensar nossos
conceitos básicos ao ouvir o ruído do terremoto demonstrando não serem tão
sólidas as bases de nossa ciência como costumamos presumir, para não qualificar
de muitas vezes presunçosa nossa postura dita científica.
Já que o tema do dia gira em torno de uma pandemia, e nosso foco se limita a um
agente específico (o Coronavirus-19) dentro de uma cadeia causal, mas que tem
dado oportunidade para descarregarmos desafetos e até teorias conspiratórias,
pretendo aproveitar e re-apresentar nossa “prata da casa” através do trabalho de
uma professora de nossa universidade, do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina, a Professora Maria Inês Reinert Azambuja, com a qual
eu tive a ventura de trabalhar na Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do
Governo do Estado do RS, e que me substituiu na posição que eu ocupava quando me aposentei.
Diversos artigos e histórias sobre a Gripe Espanhola têm se apresentado e
inclusive alguns revelando surpresa pelo comprometimento inflamatório do
coração e do sistema vascular na interação atual do vírus com nosso organismo.
Pois precisamos trazer nossa professora para a arena para nos ajudar a discutir
aspectos não só ligados diretamente ao que estamos limitando nossa visão estrita.
Estou propondo inclusive à Academia Sul-Riograndense de Medicina que
considere colocá-la em pauta, não sei bem sob que formato e quando (acho que
vamos aprender também como melhor nos comunicarmos a partir da crise atual).
Para provocar coloco duas referências que ela me forneceu, e que contém também
outras sobre o que nos motiva.
Outra referência:
https://www.researchgate.net/publication/308995251_Letter_sent_to_the_PNAS_Oct_3_2016_and_not_accepted_Science_and_Culture_A_personal_tale_of_scientific_discovery_and_apprenticeship_Science_Oct_2016#fullTextFileContent
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