ENIGMAS DAS PANDEMIAS
O que sabemos – e o que ainda é mistério – sobre a gripe espanhola, o comportamento social em catástrofes e o papel do acaso na história
RAFAEL CARIELLO
Em 1918, mulheres se protegem da pandemia com máscaras: “Espalharam-se então horrores. Às moças mortas, arrancavam as capelas e levantavam as mortalhas para ver as partes” CREDITO: MUSEU NACIONAL DA AUSTRÁLIA
Em agosto de 1998, um batalhão de técnicos e cientistas desembarcou no frio congelante do Arquipélago de Svalbard, na Noruega. Pelas três semanas seguintes, sob o escrutínio admirado e benevolente da imprensa, eles iriam remover cruzes e lápides, revirar o solo do pequeno cemitério local e perturbar a paz dos 2 mil habitantes da cidade portuária de Longyearbyen, distante cerca de 1 mil quilômetros do Polo Norte. Liderada pela geógrafa canadense Kirsty Duncan, a missão de especialistas europeus e norte-americanos tinha viajado aos confins do planeta em busca de respostas para perguntas formuladas pela primeira vez oito décadas antes, quando a gripe espanhola varreu o mundo.
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