Éramos três filhos de Dona Luiza e seu Bortholo, mas há quase um ano a Professora Lia Maria concluiu seu ciclo vital por aqui. Nosso convívio (com proximidade social - para usar um conceito bem atual) não foi maior do que uma quinta parte de minha vida, mas o suficiente para formar laços indestrutíveis de afeto. Eu fui o último a ser trazido pela cegonha, num ninho acalentado pela meu pai, minha mãe e mais duas meninas. Não é de surpreender a inveja de muita gente pela maneira como fui toda vida paparicado.
Conta minha irmã que no dia que eu nasci, levarma-na para a casa de uns parentes vizinhos, com o anúncio que a cegonha iria chegar com um nenê e era preciso deixar o ambiente muito quieto para não assustá-la... Tem também uma história de que por aqueles dias uma novidade ocorrera em Santa Maria, um avião sobrevoara a cidade e ela pensou que seria o ruído do voo da tal cegonha.
Minha irmã é Farmacêutica como nosso pai, e Bióloga com Doutorado em Sistemática Botânica pela Universidade de São Paulo. Foi também assistente na cadeira de Histologia da recém fundada (na ocasião) Faculdade de Medicina da Universidade de Santa Maria.
Acho que foi por intermédio de minhas irmãs que fiquei sabendo aí por vota de 1951 que chegara uma guria nova em Santa Maria, professora do curso primário do Colégio Santana, e que estava fazendo sucesso. Fiquei curioso, procurei conhecê-la e me apaixonei. Estou com a Professora Valderês Antonieta Robinson há quase setenta anos. Nesse tempo fizemos mais três sobrinhos para minhas irmãs: Luiz Eduardo, Ana Lúcia e Lúcia Helena, e que se multiplicaram dando mais quatro sobrinhos netos: Júlia, Pedro Martin, Antônio e Eduardo.
Certamente um grande grupo de parentes e amigos também a festejarão
Pretendo colocar aqui uma foto da Maria Helena, mas ainda não a escolhi.
Para homenageá-la coloco imagens de sua tese de Doutorado, aprovada com excelência em 1978, descrevendo por completo pela primeira vez uma planta de nosso cerrado: Piiptocarpha rotundifolia.
Faz um ano que tenho o prazer de falar com ela pelo telefone diariamente pela manhã (acho que já estava antecipando a quarentena da pandemia) para lembrarmos momentos de nossa vida, reconstruir memórias, e degustar nosso convívio mesmo com distanciamento social.
Envio meu abraço virtual e sei que receberá o mesmo afeto de tantos parentes e amigos que a amam.
Heleninha, como a chamava nosso pai, um abraço virtual e votos de saúde e felicidade pelo tempo de existência que nos resta.
2 comments:
Minha madrinha querida Tia Helena!
Parabéns à Prof. Maria Helena que, pela foto, está em plena forma!!!
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